Explosivos tensionam eleições no Chile
Ainda que, por sorte, as ameaças não tenham se concretizado, a descoberta de artefatos explosivos em sedes de três partidos políticos de centro-esquerda no Chile tensionou às eleições presidenciais do próximo domingo (17)
Publicado 14/12/2017 13:57
São fatos isolados muito pouco frequentes no Chile, mas políticos e autoridades denunciaram as situações e adiantaram medidas para que as evidências fossem investigados com todo o rigor necessário.
Cerca de 14 milhões de cidadãos elegerão o próximo presidente chileno, entre o senador de centro-esquerda Alejandro Guillier e o ex-presidente conservador Sebastián Piñera.
Os partidos Radical (PR) e Socialista (PS) apresentaram denúncias à promotoria por dois explosivos não detonados que foram encontrados em suas sedes domingo passado (10). Algo parecido aconteceu antes com a Democracia Cristã (DC).
Este tipo de situação não pode acontecer em uma democracia, concordaram os presidentes Ernesto Velasco (PR) e Alvaro Elizalde (PS) depois de se reunirem com o promotor Regional Metropolitano Sul Raúl Guzmán.
O caso com a DC ocorreu no dia 1º de novembro, antes do primeiro turno das eleições presidenciais realizado no dia 19 do mesmo mês.
Ocorrências bastante preocupantes. Segundo os resultados, existe uma leve vantagem para Piñera, que desfruta do apoio evidente dos meios de comunicação e dos empresários.
No entanto, também seu rival não está virtualmente eliminado. Guillier, mesmo sem convencer a ala mais progressista da esquerda, representada pela Frente Ampla, tem alguns apoios importantes.
Duas opções permeiam a esfera política chilena: a de apostar no retorno das receitas neoliberais do candidato da direita, com algumas concessões sociais; ou escolher um senador pouco carismático, mas que considera necessária reformas profundas no sentido da igualdade.
No último turno de debates cara a cara entre os dois candidatos, sem nada de espetacular, tirando declarações polêmicas e errôneas de Piñera sobre pessoas transgêneros, o que se viu foi a enchurrada de ataques vindos de ambas as direções, mais concentrados em achar os defeitos do rival que em oferecer coisas inovadoras.
Ainda que as previsões sejam incertas, para a votação o principal inimigo é a abstenção, fantasma que perambula em uma sociedade mais interessada nas compra de Natal que no futuro político do país.