Corregedoria da PF apura invasão da UFMG
Comportamento dos agentes da Polícia Federal que participaram de operação que resultou no cumprimento de mandados de condução coercitiva na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerias) será apurado pela corregedoria da instituição; professores da UFMG acusam policiais federais de truculência.
Publicado 13/12/2017 10:23
A Corregedoria da Polícia Federal investiga o comportamento dos agentes que participaram da Operação Esperança Equilibrista, no dia 6, em Belo Horizonte, que resultou no cumprimento de mandados de condução coercitiva e depoimento do reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jaime Arturo Ramirez. Professores da instituição acusam policiais federais de truculência.
Segundo relato do professor Alexandre Neves, da UFMG, ao jornalista Mario Marona, Jaime Ramírez, teria sido vítima de humilhação por agentes da Polícia Federal.
Durante o cumprimento do mandado de condução coercitiva na operação deflagrada contra a UFMG.
"Às 6 horas, a PF invadiu a casa do reitor Jaime Artur Ramirez, da UFMG, que estava saindo do banho, enrolado numa toalha. Ele pediu alguns minutos para se trocar. Resposta de um dos policiais: – Você não tem mais direito à privacidade, não, rapaz!", disse o professor ao jornalista Marona.
Ana Lúcia Gazzolla, reitora na gestão 2002-2006, mencionou nota assinada por ex-reitores e vice-reitores em “repúdio à brutalidade cometida contra representantes da UFMG” e lembrou a postura de dirigentes que resistiram à ditadura militar, nas décadas de 1960 e 1970.
“A UFMG e seus dirigentes são nosso patrimônio. Qualquer ataque a seus dirigentes é um ataque à Universidade, e contra isso estaremos juntos. Tenho certeza de que a UFMG vai responder a essa ação com altivez e serenidade, agindo com relação à Justiça com o respeito que não tiveram conosco hoje”, afirmou.
Para Clélio Campolina, reitor na gestão 2010-2014, a ação da Polícia Federal foi uma violência que vai contra o espírito democrático que sempre regeu a Universidade. “Contra essa situação de exceção, temos que ser o exemplo de construção democrática”, disse Campolina. “Para nós, não há divergência de objetivos, prezamos o debate livre com vistas a uma sociedade melhor”.