Sistema eleitoral seguro: vitória do PSUV mostra força da democracia
O sistema eleitoral na Venezuela é completamente blindado, o que impede qualquer manipulação dos votos emitidos pelo povo, estimou hoje o observador internacional espanhol Fernando Casado; o alto número de eleitores participantes nas eleições para prefeitos na Venezuela demonstra a capacidade de mobilização do chavismo e a captação de eleitores pelo Partido Socialista Unido de Venezuela
Publicado 12/12/2017 14:07
Em declarações feitas na terça-feira (12) no programa Acendidos da televisão venezuelana, Casado, que presenciou as eleições municipais de domingo (10), destacou a participação cívica do povo na jornada, o aparato tecnológico e humano, e a cobertura de meios, os quais considerou sinal de transparência do processo e a força democrática na Venezuela.
Todos esses elementos permitem afirmar que não há manipulação dos votos emitidos pelo povo venezuelano e também há uma valorização muito positiva da participação para ser umas eleições municipais, precisou o acompanhante das eleições.
Todas estas qualidades são avaliadas por testemunhas de todas as organizações políticas participantes nas eleições, mediante um processo de auditorias.
Casado elogiou a cobertura da imprensa nacional ao recente evento eleitoral, o que na sua opinião é sinal de transparência e de democracia. Contudo, assinalou que a maioria dos veículos internacionais optaram pelo silêncio e a difamação dos resultados, já que esses, por serem favoráveis ao chavismo, não coincidem com os interesses da grande imprensa.
Capacidade de mobilização
Segundo o jornalista Eleazar Díaz Rangel, foi uma grande lição passada pelos eleitores, que elegeram com grande porcentagem os prefeitos revolucionários, apesar das circunstâncias econômicas dificeis enfrentadas pela população. Foi uma demonstração de consciência política, de capacidade organizativa por parte do PSUV e demonstrou novamente sua enorme capacidade de mobilização, assinalou o analista em declarações ao programa Encendidos de Venezolana de Televisión.
Estas e outras reações foram escutadas no início da jornada ao se avaliar o sólido triunfo das forças de esquerda nas eleições municipais para prefeitos, celebrada no domingo (10) na Venezuela.
Com esse exercício nas urnas, o terceiro nos últimos meses, as forças "vermelhas" do chavismo atingiram mais de 300 prefeituras dos 335 municípios do país, o candidato do PSUV à prefeitura de Zulia, Omar Pietro, obteve a vitória com 694.896 votos, 57,3%, e o PSUV chegou à prefeitura de Maracaibo, capital zuliana.
O sucesso em Zulia tem um significado especial: "é extremamente importante pela força que a oposição teve em Zulia e em Maracaibo; acredito que isso significa uma mudança, sobretudo para melhorar essa cidade a níveis nunca antes atingidos", considerou Rangel.
Ontem, o vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello, anunciou que a participação às urnas surpreenderia a muitos, ao mesmo tempo que destacou que o seu partido tem uma maquinaria eleitoral bem organizada, algo que paradoxalmente criticam seus adversários como se fosse um delito.
Sobre esse assunto, Rangel observou que no geral esse tipo de eleição municipal tende a ter baixa participação. A presença de quase 10 milhões de votantes pode ser considerada histórica quando sempre se maneja abstenção nesse tipo de processo eleitoral.
Outros analistas destacam que foi uma grande demonstração das forças de esquerda e uma perspectiva do que serão as eleições presidenciais de 2018.
Rangel considerou ainda que o sucesso eleitoral a favor do chavismo não deve interferir no diálogo entre o governo e a oposição, que deve continuar no próximo 15 de dezembro, na República Dominicana. Opinou que seria um erro se a oposição não estivesse nessa reunião e que tivesse uma conduta inapropriada durante o encontro.