Maduro insiste em diálogo político, apesar de rejeição da oposição
A oposição venezuelana recusou o convite do presidente Nicolás Maduro a uma reunião nesta semana no Palácio Miraflores (sede do governo) e ressaltou uma intervenção estrangeira disfarçada de ajuda humanitária
Publicado 04/12/2017 15:29
O titular da Assembleia Nacional em desacato, Julio Borges, foi o porta-voz do rechaço ao encontro com o mandatário, com a justificativa de que seu interesse não é atender convites e questionou a negativa de Maduro de autorizar a entrada de tropas estrangeiras ao país sul-americano.
Borges afirmou também que só irá à sede do governo depois das eleições presidenciais de 2018, dando por assentada uma vitória ou tomada do poder dos ultradireitistas nessas eleições.
Ontem, Nicolás Maduro convidou os integrantes da oposição a reunirem-se nesta semana na sede do governo, para revisar os seis pontos consensuados na mesa de diálogo desenvolvida a 1 e 2 de dezembro em Santo Domingo, República Dominicana.
"Quero convidar nesta semana o deputado Julio Borges, o deputado Luis Florido, o deputado Timoteo Zambrano e o deputado Luis Aquiles Moreno, em representação dos partidos políticos da oposição Primeiro Justiça, Vontade Popular, Ação Democrática e de Un Nuevo Tiempo ao Palácio de Miraflores", expressou o mandatário durante seu programa En los Domingos com Maduro.
Adiantou que a reunião será realizada com a presença da Comissão de Diálogo para avaliar os referidos temas antes de 15 de dezembro, quando novamente os dois setores farão um encontro em Santo Domingo.
O convite faz parte dos encontros que sustenta o governo com os setores produtivos e sociais do país e da necessidade de consolidar um diálogo formal constante com todos os setores políticos pelo bem-estar da Venezuela, apontou.
De acordo com analistas, a rejeição da ala mais radical da direita venezuelana ao encontro com o mandatário deve-se a que lideram a guerra não convencional que enfrenta a nação sul-americana para assim incitar uma guerra civil que termine com a Revolução bolivariana.
Também assinalam Julio Borges como o carrasco dos venezuelanos, pois o consideram como um dos principais responsáveis por essa espécie de golpe de Estado encoberto e de bloqueio financeiro que os Estados Unidos aplicam para agravar a situação econômica na Venezuela em uma tentativa, ademais, para acabar com os programas e missões sociais que o governo impulsiona em vários setores em prol dos venezuelanos.
De fato em viagens recentes a Washington e vários países da Europa, Borges pediu as sanções econômicas e financeiras bem como uma invasão estrangeira contra sua terra natal.
Não obstante, apesar dessa política agressiva da oposição, os analistas destacam a vontade do governo de continuar o desenvolvimento de um modelo social mais justo para os venezuelanos pela via da democracia e de garantir a paz na Venezuela utilizando como único caminho o diálogo político.