Educadoras e educadores da infância dizem não à reforma da previdência
Em nota divulgada na imprensa nesta terça (28), o Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin) condena a reforma da previdência do governo e os fortes ataques aos servidores públicos veiculados na propaganda oficial.
Publicado 29/11/2017 16:00
Também explica como as mudanças irão penalizar a vida dos professores e professoras do país, aumentando o tempo de trabalho obrigatório para a obtenção da aposentadoria.
Leia abaixo o artigo na íntegra:
O SEDIN – Sindicato dos Educadores da Infância – vem a público repudiar a reforma da previdência proposta pelo governo do presidente Michel Temer. Essa reforma agride e retira do conjunto dos trabalhadores brasileiros, direitos históricos conquistados e os penaliza, visando corrigir um rombo financeiro que não foi criado por eles, mas sim, acarretado pelos desmandos políticos e corrupção que têm ocorrido de forma escancarada em Brasília, conforme divulga largamente a imprensa. O Brasil vive hoje uma de suas piores crises econômico-política, com desmonte da saúde, educação, entre outras áreas, além do sucateamento dos patrimônios públicos por meio da farra das privatizações. E isso não é culpa do funcionalismo público. É resultado da incompetência do atual governo.
No que refere às professoras e professores, a reforma da previdência aumenta em dez anos o tempo de trabalho da categoria. Um verdadeiro absurdo. Profissionais que hoje se aposentam com 50 anos, pela nova proposta de reforma, só poderão dar entrada em sua aposentadoria aos 60 anos de idade.
Não menos absurdas são as propagandas televisivas pelas quais o governo federal defende sua proposta de reforma. Uma delas se refere aos funcionários públicos de forma pejorativa, insinuando que essa classe de trabalhadoras e trabalhadores é beneficiada por algum tipo de "privilégios", "moleza", ou ainda "facilidade".
Vale ressaltar que as professoras/es da infância, assim como os demais servidores públicos, ingressaram em seu cargo de forma legítima, por meio de concurso público. Estudaram, se prepararam e só puderam concorrer a uma disputada vaga – com outras centenas ou milhares de pessoas – por estarem aptas/os para ocupá-la. Conquistaram um cargo no serviço público por mérito e não em função de qualquer tipo de favorecimento ou apadrinhamento político.
Diferente do setor privado, os funcionários públicos pagam mensalmente, 11% de previdência, contra os 8% dos trabalhadores do setor privado. Não têm Fundo de Garantia, portanto, quando desligados do trabalho, não possuem acesso aos direitos garantidos pela Justiça do Trabalho, que até a aprovação da reforma trabalhista era gratuita para os empregados do setor privado. Além disso, as ações movidas por servidores públicos são julgadas pela Justiça comum, que prevê multas de sucumbência nos casos em que não houve êxito.Isso sem contar que estão expostos ao julgamento da população, pela falta de governança e recursos adequados em que muitos são obrigados a trabalhar.
Essas trabalhadoras/es, com seu profissionalismo e compromisso, ajudam o país a crescer. E no campo da educação a importância da atuação das educadoras e educadores da infância, nessa fase do aprendizado das crianças, é indiscutível.
O SEDIN repudia veementemente essa proposta de reforma da previdência e também as propagandas veiculadas em rádios e TVs, que ferem a dignidade e a relevância do trabalho dos funcionários públicos municipais, que atuam na educação e nos demais setores, e exige que o governo federal a retire da pauta de votação, em respeito a essas trabalhadoras/es, em defesa dos direitos do funcionalismo e pela cidadania.