Transportes em SP mobilizam para greve contra reforma da Previdência
Rodoviários, metroviários e ferroviários, da capital e também do interior de São Paulo, definiram por orientar as bases pela mobilização para a greve nacional contra a reforma da Previdência Social no dia 5 de dezembro. A decisão foi aprovada em reunião das centrais sindicais com dirigentes dos transportes realizada nesta terça-feira (27) na Federação dos Trabalhadores dos Transportes do Estado de São Paulo, na cidade de São Paulo.
Por Railídia Carvalho
Publicado 28/11/2017 14:14
Os metroviários de São Paulo podem definir pela participação na greve ainda nesta terça em assembleia.
Após a divulgação da nova proposta da reforma da Previdência, as centrais sindicais decidiram realizar a greve nacional. O dia 5 foi escolhido para unificar os protestos às vésperas da data em que o governo pressiona para a votação em plenário da reforma, dia 6 de dezembro. O objetivo da greve é evitar que a proposta seja votada.
“Foi uma reunião positiva porque orientou pela greve e vai construir uma mobilização unificada incluindo a divulgação de um documento assinado por todas as entidades participantes do encontro denunciando a reforma e expondo os motivos da greve”, explicou ao Portal Vermelho Wagner Fajardo, da diretoria dos metroviários de São Paulo.
Na opinião do dirigente (foto), a adesão dos transportes é determinante para qualquer greve geral. “Tem um papel muito importante na mobilização de outras categorias. Aqui em São Paulo os metroviários estão encaminhando para decretar a greve através da denúncia da reforma e dando visibilidade à mobilização dos trabalhadores”, informou. De acordo com ele o movimento sindical precisa mostrar que a reforma é muito pior do que se imagina.
“Tem uma campanha pesada do governo, que mente descaradamente para a população, engana e não retrata os prejuízos que a reforma traz retirando direitos, rebaixando benefícios. A nossa expectativa é que a população não entre nesse discurso do governo. Mas a população sabe que o que vier desse governo de baixíssima popularidade significa retirada de direitos”, enfatizou Fajardo.
A reforma de Temer defende a idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres e idade mínima de 15 anos de contribuição. Pelas regras atuais, homens com 65 anos e mulheres com 60 anos podem se aposentar com 85% do benefício se contribuírem por 15 anos. Pela reforma de Temer, o valor do benefício despenca para 60% e as mulheres precisam atingir 62 anos de idade. No caso do servidor público, o tempo mínimo de contribuição é de 25 anos. Para atingir o suposto valor integral, que é contestado por sindicalistas, o trabalhador precisaria atingir 40 anos de contribuição.
Na opinião de Fajardo, a reforma de Temer é prejudicial a todos os trabalhadores. “Atinge aquele que passou a vida programando sua aposentadoria, atinge os aposentados. A forma de correção dos benefícios também vai contribuir para a redução do benefício do trabalhador. As conquistas de valorização do salário mínimo prejudicadas com a reforma trabalhista com certeza vão afetar diretamente a previdência”.
“Este governo não tem legitimidade para fazer qualquer tipo de reforma, em especial a reforma da Previdência que mexe com a economia do país e mexe com a sustentabilidade de milhares de municípios que sobrevivem da aposentadoria dos trabalhadores que serão prejudicados pela reforma”, finalizou Fajardo.