As raízes do Caguaíran: Fidel vive
Seu conceito de Revolução está presente em cada ação. E não se trata de que só o memorizemos, mas sim que o internalizemos e a tornemos bandeira da batalha diária
Publicado 24/11/2017 16:49
Ficas lá, plantado em uma rocha monolítica com raízes de Caguaíran. Nessa cidade onde expressaras com toda gratidão: Obrigado Santiago. Junto a Martí, Carlos Manuel de Céspedes, Mariana Grajales. Protegido pelos lutadores do memorável 30 de novembro, encabeçados por Frank País. Com aqueles acompanhantes do Moncada. Fidel estás junto ao povo que diariamente acode para homenageá-lo, além da menina pioneira que, quando ela coloca uma flor branca, deixa cair algumas lágrimas inocentes.
Fidel os últimos 365 dias o vivemos sem a sua empresa física. Porém, é ao mesmo tempo, um ano multiplicado até o infinito, onde todos o sentimos presente em cada obra levantada com suas idéias e mesmo com suas mãos — essas que Guayasamín pintou — porque são pura expressão de seu caráter indomável.
Sentimos a você cada minuto e segundo dos nossos dias e sempre lembramos seu uniforme verde-oliva como uma identidade de rebelião e coragem.
Lemos e relemos seus discursos, suas reflexões por que já você é uma referência obrigada para um povo que transcende suas fronteiras e se estende por toda a América Latina e o mundo.
Ao falar de Solidariedade, em letras maiúsculas, todos a identificam com Fidel. Dos deficientes na mata equatoriana, ou o indígena boliviano, o venezuelano que recuperou sua visão e sua vida. No Haiti você é um símbolo e não se precisa falar espanhol para dizer Fidel caso se tratar de Cuba. Você é lembrado por toda a África. Para todo o planeta ainda estás presente porque todos sabemos que sua presença ainda se necessita.
Foram centenas de milhares que durante este primeiro ano visitaram esse santuário da história e da vida, que é o cemitério de Santa Ifigenia, em Santiago de Cuba.
Nesse lugar, tenho certeza, a imensa maioria, além de depositar uma flor para o Comandante, conversando com ele; perguntamos-lhe, falamos de como esta sendo encaminhada sua obra, a difícil mas segura obra que ele nos ensinou a construir e que temos o compromisso de cuidar dela e torná-la melhor.
Seu conceito de Revolução está presente em cada ação. E não se trata de que somente o memorizemos, mas sim que o internalizemos e a tornemos bandeira da batalha diária.
Também chefes de Estado, Governo, ministros, dirigentes de partidos políticos e outras muitas pessoas que o admiram procedentes da África, América Latina, Ásia e Europa, prestaram honra ao Comandante-em-Chefe.
Fidel, agora completas um ano em outra dimensão, acompanhado por Martí. Do Apóstolo que qualificaras como "o mais brilhante e o mais universal dos políticos cubanos".
"E o que fez Martí para fazer a Revolução senão organizar o partido da revolução, organizar o partido dos revolucionários? E havia só um partido dos revolucionários!". Assim, lembraste sempre a esse grande homem da nossa história.
Em 14 de outubro de 1991, quando falavas acerca da morte em combate de José Martí, no discurso proferido no encerramento do 4º Congresso do Partido Comunista de Cuba, realizado na Praça Geral Antonio Maceo, na Cidade Herói de Santiago de Cuba, expressaste: "Martí, você nunca foi vencido no dia da caída em Dos Ríos! e por vocês, por seu exemplo, por sua morte, hoje existem milhões de cubanos dispostos a seguir o caminho, dispostos a defender ideias, e dispostos a morrer, como mesmo fizeram vocês, para salvar a liberdade, para salvar a justiça, para salvar a honra e o decoro dos homens; porque sem honra e sem decoro não pode haver vida, nem a vida importa, nem queremos a vida; sem honra e sem decoro, a vida não importa, nem queremos a vida, não só a nossa, mas também a de todos aqueles que amamos. Sem honra, sem decoro, sem independência e sem dignidade, não é nada um povo, não importar a vida de um povo"!
Agora, muito perto da rocha monolítica de onde o Comandante nos guia, foram colocados os monumentos com os corpos inertes de Mariana Grajales e Carlos Manuel de Céspedes.
Da mãe do Maceo e de "todos os cubanos", Fidel disse, em 23 de agosto de 1960, que "Cuba pode se sentir afortunada em muitas coisas, mas entre elas, a primeira de todas, pelo magnífico povo que tem. Aqui não só lutam os homens; Aqui, como homens, lutam as mulheres. (…) E não é novo, já a história nos relatava sobre grandes mulheres em nossas lutas pela independência, e uma delas as simboliza: Mariana Grajales"… quem disse ao filho mais novo:"Empine-se, para que lutes também por sua Pátria!".
Do mesmo modo, Carlos Manuel de Céspedes, o Pai da Pátria, está em uma área perto de Fidel e Martí, em uma lógica de continuidade histórica.
O que isso significa para o nosso povo em 10 de outubro de 1868? O significa para os revolucionários de nossa Pátria essa gloriosa data? Significa simplesmente o começo de cem anos de luta, o começo da Revolução em Cuba, porque em Cuba só há uma Revolução: a que começo Carlos Manuel de Céspedes, em 10 de outubro de 1868, e a que nosso povo trava neste momento.
"Não há, naturalmente, a menor dúvida que Céspedes simbolizou o espírito dos cubanos daquela época, simbolizou a dignidade e a rebeldia de um povo — heterogêneo — que começava a nascer na história".
Essas foram as palavras de Fidel onde resume o pensamento abrangente de uma história que não pode ser limitada a um combate, a uma vitória, mas define o mesmo caminho da obra que se levanta.
Nesses mais de cem anos de luta por uma Cuba livre e independente, entrelaçam-se homens e mulheres como Martí, Maceo, Mariana Grajales, Carlos Manuel de Céspedes e muitos outros fundadores dessa Revolução que continuou e levou até o triunfo Fidel e os combatentes da Serra e as cidades e que está presente, para nunca mais se perder, a partir do 1º de janeiro de 1959.