Peça conta a história da vida e morte do escravo Elesbão

Elesbão foi acusado de ter assassinado, em 1831, o seu senhor, Luiz José de Oliveira, durante uma fuga de escravos da fazenda onde viviam. Mesmo afirmando inocência, foi considerado responsável pela morte.

O escritor Valdir de Oliveira afirma que foi um julgamento sumário. “Elesbão era menor de idade e podia ter até menos de 20 anos. Havia vários atenuantes que poderiam ter sido usados no recurso, mas nada aconteceu, um desses atenuantes seria a informação de que o capitão morto teria abusado sexualmente de Francisca, companheira de Elesbão", disse Valdir à jornalista Maria Teresa Costa, do jornal Correio Popular.

A rebeldia do escravo custou-lhe caro. Elesbão foi enforcado em 1835, no Largo de Santa Cruz, em Campinas. À sentença de condenação, o juiz acrescentou: Adendo a sentença, declaro que depois do réu sofrer a pena de morte cortar-se-ão as mãos e a cabeça, esta será remetida para a Vila de Jundiaí, e ali colocada num poste em lugar público e aquela serão colocadas nesta Vila em um poste e também em lugar público.

A montagem do núcleo cênico Elisbanthos é baseada no livro Elesbão, de Valdir Oliveira. O roteiro traça um fio condutor que relaciona os episódios vividos pelo escravo em Campinas, até seu julgamento e morte. Como parte do cenário estão peças históricas como uma liteira de 1886, um tronco de escravos e peças de escravidão, que fazem parte do acervo do Museu da Cidade.

Serviço;
Espetáculo Elesbão: Um Sonho de Liberdade
Museu da Cidade (Av. Andrade Neves, 33, Centro – Campinas)
Dias 24 e 25 (sexta e sábado), 20h30
Dia 26 (domingo), 19h.
Entrada franca