BNDES quer vender distribuidoras da Eletrobras no Norte e Nordeste
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, realizou na última quinta-feira uma coletiva de imprensa para detalhar o processo de privatização de seis distribuidoras da Eletrobras nas regiões Norte e Nordeste.
Publicado 13/11/2017 16:01
Segundo o BNDES, as empresas são deficitárias e cada companhia vai ser vendida a um valor simbólico de R$ 50 mil, devido às dívidas acumuladas, que, segundo o banco, somam R$ 20 bilhões, quase o dobro do valor pelo qual as seis empresas juntas foram avaliadas.
Para que o negócio seja viável, a Eletrobras precisa assumir parte dessa dívida, no valor de cerca de R$ 11 bilhões. E terá como opção exercer o direito de permanecer como acionista minoritária nas distribuidoras, limitado ao percentual de 30%.
Em resposta a perguntas dos jornalistas, o superintendente da área de desestatização do BNDES, Rodolfo Torres, contestou a percepção de que a venda será desvantajosa para a Eletrobras.
A chefe do departamento responsável pela desestatização das distribuidoras da Eletrobras no BNDES, Lidiane Gonçalves, complementou afirmando que o perfil de credores da empresa vai mudar.
Já para o presidente Sindicato dos Urbanitários de Rondônia e vice-presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, que representa os trabalhadores da Eletrobras, Nailor Gato, a privatização é preocupante por pelo menos dois motivos: por questões de soberania nacional e também porque a energia pode ficar inacessível para boa parte da população.
De acordo com o BNDES, a compra das companhias deve ser acompanhada de um aporte de investimento no total de R$ 7,8 bilhões nos cinco primeiros anos de operação.
O edital para o leilão deve ser lançado no final de fevereiro. E a venda deve ocorrer entre os meses de março e abril. Os empregados e aposentados das distribuidoras podem comprar até 10 % das ações.
A proposta, segundo a Federação dos Urbanitários não interessa aos trabalhadores, que temem demissões.