Manuela: Para unir as forças é preciso primeiro discutir os programas
Em entrevista ao Estadão, a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), pré-candidata do partido à Presidência da República, rebateu as críticas de que a sua candidatura divide o campo de esquerda e reafirmou que a sua pré-candidatura vem compor a proposta de uma frente ampla.
Publicado 10/11/2017 10:02
"Nosso partido tem a tradição de defender a frente ampla. Mas, para unir as forças, é preciso primeiro discutir os programas. A eleição brasileira ocorre em dois turnos. A frente ampla não é só com partidos de esquerda, mas com a sociedade", afirmou.
Questionada se a sua candidata tinha apenas o objetivo de pleitear a vaga de vice numa chapa com o ex-presidente Lula, Manuela afirmou que sua candidatura "é para valer", pois ninguém lança candidatura para ser vice.
"O PCdoB tem 95 anos e só lançou candidato em duas ocasiões: em 1930, no Bloco Operário e Camponês, e em 1945. Não é do nosso feitio fazer política para se valorizar. Achamos que, com a ruptura democrática do ano passado, surgiu momento de um novo ciclo. Ninguém com responsabilidade lança uma candidatura à Presidência para ser vice. Nossa candidatura é para valer. Tem segundo turno", destacou.
Ela também reforçou que a proposta de frente ampla não está restrita ao campo de esquerda e que a proposta do PCdoB é de promover um amplo debate com todos os setores do país.
"Essa eleição é um momento de debate do futuro do País. Nós caracterizamos o que aconteceu como um golpe institucional. A partir disso, achamos que essa eleição é um momento de debate de futuro, não de passado", frisou.
Pedro Venceslau, jornalista do Estadão, também afirmou que "o PCdoB é um partido que assusta o mercado" e a indagou a falar sobre como pretende reverter essa visão.
"Vamos procurar os setores econômicos vinculados à indústria nacional. O PCdoB é um partido sério", salientou Manuela.
Sobre a atual conjuntura política do país e as medidas de retirada de direitos do governo de Michel Temer, Manuela disse que a proposta defendida pelo PCdoB é que seja realizado referendos revogatórios sobre algumas medidas. "A reforma trabalhista é uma delas", disse..