Publicado 09/11/2017 08:05
O ano eleitoral de 2018 começa em poucas semanas e a disposição dos candidatos para a disputa presidencial que lá ocorrerá já está adiantada. Lula, o candidato mais apoiado pelo povo, permanece arbitrariamente ameaçado de condenação e até de prisão. Outros candidatos, ainda indecisos, experimentam representar o “centro”, “costeando o alambrado” da “direita”, como diria Brizola. Alguns tentam fingir que não são políticos. Ciro Gomes faz consistente discurso à “esquerda”. E há o que reluz na “extrema-direita”, flertando com o fascismo.
As coisas estavam mais ou menos assim, quando, de repente, surge uma novidade: uma jovem mulher, Manuela D’Ávila, esbelta, talentosa, mãe, já experimentada nas pelejas da vida e da luta, ex-vereadora, ex-deputada federal por duas vezes, atual deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, campeã de votos mais de uma vez por seu estado, é lançada pré-candidata à Presidência da República. E ontem, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, em Brasília, deu sua primeira entrevista coletiva à imprensa.
Foi uma entrevista excelente. Manuela mostrou, em poucos minutos, porque é tão admirada pelos que a conhecem: segura e firme, sem ser arrogante; simpática, sem ser pueril; jovem, sem ser infantil; com convicções, mas sem ser dona da verdade.
Salientou que sua candidatura não decorre de problemas eventualmente vividos por outros partidos ou forças políticas, mas surge dos desafios candentes colocados à frente do povo brasileiro no atual instante. Decorre da responsabilidade de seu partido, o Partido Comunista do Brasil, procurar saídas verdadeiras para a grave crise que nos assola. E ele, o seu PCdoB, é o único partido quase centenário no país.
Na espontaneidade de suas prontas respostas, Manu, como é carinhosamente chamada, mostrou ter consciência do drama vivido pela nossa gente nessa quadra difícil da vida nacional. Chamou a atenção para o desemprego que aflige mais de 13 milhões de brasileiros e para a insegurança e o trauma da população que vê cerca de 60 mil assassinatos por ano. Condenou as posições absurdas que o atual governo tem tomado, como a de congelar investimentos públicos por 20 anos, ameaçando o futuro de nossos compatriotas. Advertiu ser necessário convocar um referendo revogatório para banir medidas tão perniciosas como esta e outras do atual governo.
A emergência da candidatura de Manuela no cenário político brasileiro é algo novo que aparece.
Novo porque renova as gerações que há tanto tempo ocupam os postos de comando.
Novo porque afasta o ódio em que se quer mergulhar a política e as relações humanas entre nós.
Novo porque retoma e desenvolve a tolerância com as diferenças, sem contemporizar com as desigualdades que oprimem e excluem.
Novo porque é uma mulher, uma jovem, uma mãe.
Novo, enfim, porque conclama as forças vivas do país a se unirem em uma Frente Ampla que busque saídas efetivas, soberanas e democráticas, capazes de nos livrar da voracidade do capital especulador, de banir os corruptos, de impor respeito aos ditames constitucionais, contra os que querem acabar com os direitos dos cidadãos e os que desejam permanecer impunes na prática solerte de abusos da autoridade.
Manuela D’Ávila reconheceu problemas suplementares que terá, por ser mulher e mãe. Observou que toda mulher em sua situação “enfrenta dificuldade para conciliar a maternidade com o trabalho”, mas que isso a iguala ao conjunto das trabalhadoras de nosso Brasil. Esclareceu que o seu partido, o PCdoB, é um partido “que tem muitas mulheres com papel destacado”, apontando, na hora, a presidenta do Partido, Luciana Santos, mulher, negra, duas vezes prefeita de Olinda; a líder atual da bancada na Câmara Federal, Alice Portugal, nordestina da Bahia; a líder no Senado, Vanessa Graziotin, do grande estado nortista, o Amazonas.
Que todos os patriotas, democratas, gente simples, honesta e trabalhadora, particularmente as mulheres e os jovens, abracem essa oportunidade e tomem iniciativas para levantar no país uma grande onda com Manu à frente, pela derrota do golpismo, pelo respeito aos direitos dos trabalhadores, pela reindustrialização do país e pela recuperação nacional.