Atentado em igreja batista foi o mais mortífero na história do Texas
Um homem armado entrou, por volta das 12h de domingo (5), em uma igreja batista em Sutherland Springs, uma pequena cidade rural do Texas e abriu fogo contra paroquianos, deixando pelo menos 26 mortos e 20 feridos. Donald Trump considerou o atirador um "doente mental", recusando-se a debater a questão do acesso às armas nos EUA
Publicado 06/11/2017 15:45
De acordo com o governador do Estado, Greg Abbott, o número de mortos ou feridos pode aumentar. As vítimas tinham entre cinco e 72 anos de idade. Este foi, de acordo com o governador, o ataque com arma de fogo mais mortífero na história do Texas.
Cerca de 50 dos 683 habitantes do povoado participavam da cerimônia. Depois do massacre, o suspeito fugiu em um veículo. Ao final de uma perseguição por patrulhas policiais, o agressor morreu, mas não se sabe se foi suicídio ou se foi abatido pelos agentes.
Logo após os disparos, vizinhos e familiares das vítimas se aproximaram rapidamente do centro religioso com a chegada de vários veículos da política local e estatal.
O Centro Médico Connally Memorial, a poucos minutos da igreja, comunicou à mídia norte-americana que tinha recebido várias vítimas do tiroteio, mas não disse quantas.
O atirador foi identificado como Devin Kelley, de 26 anos, branco e veterano da força aérea, encarregado de trabalhos de logística. Seu serviço, que cumpriu no Novo México, foi interrompido pelo tribunal em 2012, quando foi julgado e condenado a 12 meses de prisão por violência doméstica contra sua esposa e filho. Após esse episódio, teria dado aulas a crianças de 4 a 6 anos nos chamados colégios bíblicos, centros evangelistas onde a educação fornecida é apegada às sagradas escrituras.
O assassino publicou na página de seu perfil no Facebook uma imagem de sua última aquisição, uma Rueger AR, arma semiautomática, que possui alguns modelos que podem ser adquiridos por menos de 500 dólares (1.660 reais). Em suas mãos ela foi usada para o massacre de Sutherland Springs, no domingo (5). Na legenda, ele a descreve como “uma vadia do mal”. Em seu perfil de outra rede social, o LinkedIn, Kelley se descrevia como “uma pessoa muito trabalhadora e comprometida. Vivo de acordo com os valores das Forças Aéreas”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recém-desembarcado no Japão para uma viagem oficial pela Ásia, escreveu no Twitter que está a par da situação. “Que Deus abençoe as pessoas de Sutherland Springs.” Além das autoridades locais, o FBI se deslocou à região do incidente para apoiar a investigação.
Trump considerou nesta segunda-feira (6) que o ataque no Texas foi “um crime horrendo” e um “ato de maldade” e culpou os “problemas mentais” do atirador, descartando que o caso seja um problema relacionado com o controle de armas dos Estados Unidos.
Questionado sobre as medidas que pretende adotar em resposta a mais um ataque com uso de armas de fogo, Trump descartou qualquer decisão relacionada com o acesso a armas e respondeu que, com base nos relatórios preliminares, “o atirador era um indivíduo desequilibrado, com muitos problemas”. “Temos muitos problemas de saúde mental no nosso país, tal como outros países. Mas isto não é um problema relacionado com armas”, argumentou.
O último tiroteio numa igreja nos EUA ocorreu em Charleston, na Carolina do Sul, em junho de 2015, e teve uma motivação racista. Nove pessoas morreram na época. O autor, o supremacista branco Dylann Roof, foi condenado à morte. O ataque deste domingo (5) acontece cinco semanas depois do massacre com recurso de arma de fogo mais mortífero do país, ocorrido em Las Vegas. O atentado matou pelo menos 58 pessoas, e mais de 500 ficaram feridas.