Valduga propõe proibição de pulverização aérea de agrotóxicos
Dados apontam a baixa efetividade da prática, além de existirem indícios de relação com o aumento de casos de câncer, contaminação de rios e diminuição no número de abelhas.
Publicado 01/11/2017 22:09 | Editado 04/03/2020 17:13
A proibição de pulverização aérea de agrotóxicos é tema de um projeto de Lei, apresentado pelo deputado Cesar Valduga (PCdoB) na sessão de quarta-feira (01), no Plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
O Brasil campeão no consumo de agrotóxicos, responsável por 19% do mercado mundial. Para o autor da matéria, a proposta busca evitar uma prática que faz com que o veneno extrapole os limites das propriedades rurais. “O uso intensivo de agrotóxico, por si, já é um problema que resulta em doenças e devastação do meio ambiente. A pulverização aérea agrava muito esse cenário, pois as partículas de veneno dispersas no ar podem alcançar mais de 30 quilômetros, recaindo sobre mananciais, cidades e florestas”, explica Valduga.
Um relatório apresentado pela subcomissão que debate o tema na Câmara dos Deputados aponta que cerca de 70% dos agrotóxicos aplicados por aviões não atingem o alvo, atingindo o ambiente do entorno, áreas urbanas, rios, animais, propriedades dedicadas ao cultivo orgânico, além de causar a mortalidade de insetos importantes para a polinização das plantas, como abelhas e borboletas.
Em Santa Catarina, a mortalidade de abelhas tem obrigado fruticultores a alugar colméias para garantir a produção.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o uso de agrotóxicos é superior a 18 quilos por hectare plantado no Brasil. Já em Santa Catarina, este número ultrapassa os 14 quilos por hectare.