Publicado 31/10/2017 10:15
Os advogados alegam que Moro não destruiu gravações telefônicas que estariam protegidas pelo sigilo profissional garantido por lei a advogados. Entre os áudios, existem conversas em que o advogado Cristiano Zanin Martins dá orientações jurídicas ao ex-presidente.
“Referidas autorizações de interceptação resultaram na gravação de – inacreditáveis – 111.024 (cento e onze mil e vinte e quatro) chamadas, em um total de 417h30m51s (quatrocentas e dezessete horas, trinta minutos e cinquenta e um segundos) de duração”, diz o documento.
A defesa destaca que a Polícia Federal analisou “as estratégias jurídicas discutidas entre os advogados do escritório” e diálogos dos advogados com Lula. O documento pede que áudios específicos relacionados a 462 ligações telefônicas grampeadas por meio do telefone central do escritório dos advogados sejam inutilizadas.
O mandado de segurança lembra que Moro autorizou, no começo de outubro, a divulgação destes telefonemas para o Ministério Público Federal e outros investigados no mesmo processo em que os grampos foram ordenados e que isso é uma ilegalidade cometida pelo juiz, pois, se as ligações “foram captadas de forma ilegítima, elas deveriam ter sido inutilizadas há muito tempo”.