Teatro Oficina sofre derrota na Justiça para Grupo Sílvio Santos
Por 15 votos a 7, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) aprovou, na manhã desta segunda-feira (23), a construção de três edifícios, por parte do Grupo Silvio Santos, no terreno ao lado do Teatro Oficina.
Publicado 23/10/2017 16:47
"O projeto apresentado é o que menos fere o imóvel tombado", afirmou, em seu voto, o relator do processo, conselheiro Fábio André Oliveira.
“Os conselheiros do Condephaat acabam de aprovar a construção das torres do grupo $$. Golpe atrás de golpe”, informou a página do Teatro Oficina no Facebook.
A companhia Teatro Oficina foi inaugurada em 1958 por vários artistas, entre eles o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa. Um ano após ter sua sede destruída por um incêndio, em 1966, o teatro renasceu com um novo projeto assinado pela arquiteta brasileira, Lina Bo Bardi.
O teatro, listado pelo jornal inglês The Guardian como um dos melhores do mundo, é tombado pelo Condephaat desde 1982, enquanto a área em seu entorno pertence ao dono do SBT. Nas últimas décadas, o entendimento do órgão era o de não permitir construções no terreno ao lado do teatro, pois isso afetaria o projeto arquitetônico do espaço.
Com a decisão de hoje, o Grupo Silvio Santos (SS), chamado de “$$” por Zé Celso Martinez, pode dar prosseguimento ao processo de obtenção do alvará para realização da obra, além de buscar a aprovação de outros órgãos de preservação.
"A decisão do Condephaat não isenta o Grupo Sílvio Santos de solicitar a aprovação dos demais órgãos competentes, incluindo os de preservação – Conpresp e IPHAN – uma vez que o local também é tombado nas esferas municipal e federal", explica, em nota, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico.