Catalunha: Comissão Europeia critica repressão policial espanhola
O porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, afirmou nesta segunda-feira (2) criticou a repressão da polícia espanhola contra a população da Catalunha que foi às urnas para participar do referendo sobre a Independência da região. Segundo ele, ainda que o referendo seja considerado ilegal, a violência não pode ser nunca um instrumento político.
Publicado 02/10/2017 10:33
"Na Constituição espanhola, o voto de ontem na Catalunha não era legal. Para a Comissão Europeia, como o presidente Jean-Claude Juncker reiterou repetidamente, esse é um assunto interno da Espanha, que deve ser tratado em linha com a ordem constitucional espanhola", disse Schinas.
De acordo com o porta-voz, a Comissão Europeia solicita que os atores envolvidos possam dialogar e acredita na liderança do presidente espanhol, Mariano Rajoy, na mediação desse difícil processo.
O comunicado foi feito um dia depois da polêmica votação do referendo na Catalunha, em que 90% dos eleitores votaram "sim" pela independência da região e 7,8% votaram "não".
Mesmo sob forte repressão da polícia, de acordo com o governo catalão, mais de 2 milhões de pessoas participaram do pleito. A população da Catalunha é de 7,5 milhões de pessoas.
Em uma declaração institucional, o presidente catalão Carles Puigdemont defendeu que a Catalunha ganhou “o direito de ser um Estado independente” após o referendo desse domingo. Já o presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, declarou que "não houve um referendo" e que todos os espanhóis constataram que o Estado de Direito se mantém “forte e vigente”.
Mais de 800 pessoas ficaram feridas nos confrontos com a polícia, segundo dados do Ministério da Saúde da Catalunha.
O referendo foi monitorado por forte aparato policial. A polícia destruiu as portas e forçou a entrada em colégios eleitorais, enquanto catalães gritavam: fora com as forças de ocupação.
“Criaremos uma comissão especial para a violação dos direitos fundamentais e tomaremos ações legais até as últimas consequências. Exigimos a retirada das forças policiais do Estado que foram implantadas em um país que sempre atuou pacificamente", afirmou Carles Puigdemont, chefe do governo catalão.