Pressão faz governo recuar e revogar decreto que extinguia Renca
Depois de uma série de protestos e reações de diversos setores, inclusive da classe artística, o governo de Michel Temer recuou e deve anunciar ainda nesta segunda-feira (25) a revogação do decreto que extinguia a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), uma área com mais de 4 milhões de hectares que fica na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o Noroeste do Pará.
Publicado 25/09/2017 15:48
Mas o recuo deve ser momentâneo, apenas para tirar os holofotes do assunto. O governo deve anunciar que serão feitos "estudos e consultas públicas" para avaliar se a área, no futuro, deve ou não ser aberta para pesquisa e exploração, como previa o decreto que será revogado.
Mas por enquanto, volta a vigorar o decreto baixado em 1984, que criou a reserva. Do total de hectares, cerca de 2,3 milhões ficam em território amapaense, em áreas dos municípios de Laranjal do Jari, Pedra Branca, Mazagão e Porto Grande.
Na semana passada, artistas, lideranças indígenas e ambientalistas tomaram o Salão Verde da Casa para cobrar a revogação do decreto do governo Temer que extinguia a reserva.
A medida liberava ao setor privado a atividade de pesquisa mineral numa área da Amazônia maior que Dinamarca, Bélgica e Suíça, em que antes, só o governo tinha o direito de atuar. O decreto atingiria ainda sete Unidades de Conservação e duas Terras Indígenas, deixando a região aberta ao avanço do desmatamento e da destruição ambiental.