Em Dia de Paz, reforçamos nossa resistência anti-imperialista
No Dia Internacional da Paz, 21 de setembro, os povos manifestaram seu desejo por um planeta mais justo, uma ordem internacional equitativa e o respeito à soberania das nações, pilares para o fim das guerras, do imperialismo e do colonialismo, o respeito ao ambiente e à solidariedade entre os povos. Ainda assim, reafirmaram a resistência às políticas beligerantes e intervencionistas promovidas por falas agressivas como a do presidente Donald Trump na ONU.
Por Socorro Gomes*
Publicado 22/09/2017 11:15
Neste dia, cifras avassaladoras relembram-nos da urgência da nossa luta e dos dramas da humanidade que cada uma dessas estimativas representa. São mais do que números, são famílias separadas, vitimadas pela catástrofe da guerra e das políticas ofensivas ou exploratórias das maiores potências do planeta e seus aliados locais.
De acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), há 22, 5 milhões de pessoas com o estatuto de refugiadas reconhecido (mais da metade, menor de idade), das quais 5,3 milhões apenas são palestinos, sobreviventes da catástrofe contínua da colonização, do despojo e do genocídio promovido pela liderança sionista. Ao todo, são 65,6 milhões de pessoas forçadas a se deslocar em todo o mundo e 10 milhões de apátridas, sem proteção alguma.
O intervencionismo e a ingerência imperialistas são os principais responsáveis pelo sofrimento dos povos, assim como as políticas neoliberais que impõem miséria e desespero à humanidade, ou as políticas neocoloniais, que pretendem manter nações inteiras submetidas.
Nos 16 anos desde a invasão do Afeganistão, os 14 anos desde a invasão do Iraque, os seis anos de guerra contra a Síria, os 42 anos de ocupação militar do Saara Ocidental pelo Marrocos e os 50 anos de ocupação da Palestina por Israel, assim como os 100 anos desde a Declaração de Balfour – em que o Reino Unido prometeu a Palestina ao povo Judeu, sem consultar seus habitantes – os povos unem-se para reforçar sua luta contra a dominação e a guerra, desvelando os pretextos da “guerra contra o terrorismo” ou a “segurança” usados pelas potências para manter seu controle sobre o mundo.
Mas neste ano, também comemoramos a grande vitória dos povos, o centenário da Revolução de Outubro, que ainda é fonte de esperança e inspiração. Redobramos esforços no apoio a grandes conquistas como o avanço a passos largos no processo por uma paz com justiça social na Colômbia, a criação do novo partido político da Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc) e as negociações entre o governo e o Exército de Libertação Nacional. Reafirmamos nossa solidariedade aos povos que lutam pela soberania de suas nações e pela democracia, como na Venezuela e em Cuba, ainda sob a ameaça da ingerência estadunidense, sob bloqueio e sob constantes tentativas de golpe.
O mundo ficou chocado com a retórica beligerante de Donald Trump na Assembleia Geral da ONU, onde ofendeu especificamente a Coreia Popular, o Irã, a Venezuela, Cuba. Na nova ordem internacional que os povos demandam não cabe o discurso anacronista dos EUA donos do planeta, potência hegemônica absoluta, máquina imperialista de guerras. Contra o seu tom assombroso, as lideranças dos países sob a sua mira responderam em alto em bom som que não se curvarão às ameaças nem se renderão ao ambiente de confrontação beligerante que Trump busca impor.
Neste cenário, as forças amantes da paz reforçam sua luta, redobram seus esforços e estreitam laços de amizade e solidariedade entre os povos de todo o mundo. Na resistência determinada contra a militarização do planeta, as armas de destruição em massa como instrumento de política externa, as intervenções e bases militares esparramadas pelo mundo, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e outras manifestações da política imperialista que buscamos erradicar, seguimos convencidos de que, juntos, podemos derrotar as forças da guerra, da opressão e da exploração!