Joesley e Saud decidem se entregar após Fachin decretar prisão
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, decretar a prisão, o empresário Joesley Batista – um dos donos do grupo J&F – e o diretor de Relações Institucionais do grupo empresarial, Ricardo Saud, decidiram se entregar à Polícia Federal.
Publicado 10/09/2017 10:54
Fachin autorizou a prisão temporária – de cinco dias – dos executivos acolhendo um pedido de prisão apresentado, na última sexta (8), pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob o argumento de que os dois teriam omitido informações dos investigadores, o que quebra cláusulas do acordo de delação premiada.
Fachin, no entanto, negou a prisão do ex-procurador da República Marcello Miller, suspeito de ter auxiliado os executivos da JBS a fechar o acordo de delação premiada com a PGR. Segundo Janot, foram descumpridos dois pontos do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que justificaria rever os benefícios.
As prisões são decretadas como consequência da gravação, datada de 17 de março, em que Joesley e Saud que indicam possível atuação de Miller no acordo de delação quando ainda era procurador. O áudio foi entregue pelos delatores no dia 31 de agosto.
Em depoimento na sexta (8), os delatores disseram que apenas consultaram Miller em linhas gerais sobre o processo de delação, por acreditar que ele já havia saído da PGR. Miller pediu o desligamento do Ministério Público Federal no dia 23 de fevereiro, mas a saída foi oficializada somente em 5 de abril.