Metalúrgicos reforçam unidade de ação e agenda contra reformas
Representantes de confederações e federações metalúrgicas e dirigentes das seis centrais de trabalhadores se reuniram nesta terça-feira (22) em São Bernardo do Campo, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, no movimento Brasil Metalúrgico. A reunião dá sequência à mobilização dos trabalhadores do setor contra a reforma trabalhista de Michel Temer e a terceirização, além de alertar sobre os impactos que podem vir com a reforma trabalhista, em trâmite no Congresso.
Por Railídia Carvalho
Publicado 22/08/2017 16:42
“(o encontro) Demonstra a força histórica dos metalúrgicos. A última coesão foi durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Mesmo que tenhamos participado de todas marchas, mobilizações e das greves gerais de 2017 faltava uma articulação maior”, declarou Marcelino da Rocha, presidente da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal).
Ao lado dos metalúrgicos participaram também trabalhadores da construção civil, área têxtil e papel e celulose, entre outras categorias da indústria. Segundo o dirigente da Fitmetal, a novidade da reunião desta terça é a busca da unidade entre os trabalhadores do segmento. Para os próximos encontros, os metalúrgicos querem contar com a presença dos trabalhadores químicos.
Para reverter os efeitos da reforma trabalhista, que retira direitos dos trabalhadores, os metalúrgicos programaram a distribuição dos 300 mil exemplares do boletim Brasil Metalúrgico no período de 28 a 31 de agosto. A publicação explica os efeitos da reforma trabalhista e da terceirização, aprovadas no Congresso, e alerta para os prejuízos que a reforma da Previdência pode trazer
No dia 14 de setembro acontecerá um Dia Nacional de Lutas, protestos e greves contra as reformas e a terceirização. Completando a agenda, 29 de setembro é dia de plenária nacional dos trabalhadores da indústria.
Caso Gerdau
O presidente da Fitmetal fez um relato da visita realizada nesta segunda à cidade de Ouro Branco (MG), onde ocorreu a explosão na empresa Gerdau onde morreram dois trabalhadores e 12 ficaram feridos. “A reforma nem está em vigor ainda. Das 7 mortes em 12 meses, cinco eram terceirizados e dois contratados direto pela empresa”.
A reunião dos metalúrgicos aprovou a divulgação de um documento, que será assinado por todas as entidade presentes, reivindicando um plano emergencial que garanta a segurança e a vida dos trabalhadores.
O próximo encontro do grupo de Trabalho do Brasil Metalúrgico acontecerá na sede da Fitmetal em São Paulo no dia 29 de agosto.
AGENDA – Brasil Metaúrgico
* 28 a 31 de agosto: Mobilização nas fábricas e divulgação do informativo “Brasil Metalúrgico” e do Dia Nacional de Luta
* 14 de setembro, quinta-feira: Dia Nacional de Luta
* 29 de setembro, sexta-feira: Plenária Nacional dos Trabalhadores da Indústria