Arruda Bastos: PDV para servidores, não. PDI para Temer, sim!
“O governo Temer é o maior desastre em termos de gestão pública da história da humanidade. Além de ilegítimo, corrupto, incompetente e entreguista, ele é também de um cinismo inigualável. As suas participações na política internacional são motivos de chacota e envergonham toda a nação.”
Por Arruda Bastos*
Publicado 28/07/2017 10:57 | Editado 04/03/2020 16:23
O ilegítimo governo Temer não para de nos surpreender. Agora, de uma hora para outra, resolveu divulgar um Plano de Demissão Voluntária – PDV para os servidores públicos federais. Uma reedição de um famigerado plano da época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Eu pergunto aos meus leitores se já não está passando da hora de aplicarmos um Plano de Demissão Involuntária – PDI para Temer e seus asseclas.
Como propor um PDV em um momento de grande dificuldade, com mais de 14 milhões de desempregados no país? Só mesmo o governo usurpador de Temer para sugerir ao servidor que ele peça demissão do seu ganha-pão e do sustento único de sua família. A falácia de que podem conseguir emprego na área privada é um acinte à inteligência dos nossos barnabés. Outro absurdo é acenar com a redução da carga horária e consequente diminuição dos salários.
O PDV de Temer, não tenho a menor dúvida, vai ser rejeitado pela esmagadora maioria dos servidores e considerado como mais um ato desesperado do governo de fazer caixa para pagar a conta do golpe com o PIG, o grande empresariado e os bancos. Todas as manobras do ilegítimo no Planalto visam a angariar recursos para manter o pagamento de juros e o financiamento da sua permanência e de sua trupe corrupta no poder.
O PDI, sim, é aprovado pela maioria dos brasileiros. Na última pesquisa divulgada, temos que a aprovação de Temer beira o ridículo percentual de 2%, recorde de desaprovação em todo o planeta. Outro número astronômico é o de que 85% dos brasileiros têm consciência que o Brasil está indo no caminho errado, rumo ao buraco. Para completar o quadro dantesco, a margem de erro dessa conceituada pesquisa do Instituto Ipsos é de 3%, o que nos leva a inferir que Temer pode ter conseguido um feito inimaginável: alcançar um percentual negativo de aprovação de menos 1%, ou seja, zero.
O governo Temer é o maior desastre em termos de gestão pública da história da humanidade. Além de ilegítimo, corrupto, incompetente e entreguista, ele é também de um cinismo inigualável. As suas participações na política internacional são motivos de chacota e envergonham toda a nação. Desemprego, aumento de impostos, entrega do patrimônio nacional e das nossas riquezas ao capital internacional, distribuição de dinheiro público e de cargos para deputados, com a finalidade precípua de permanecer no cargo, com a não aprovação pela Câmara de seu afastamento para investigação no STF. Esse é Temer, o homem que ia salvar o Brasil na boca dos Patos da Fiesp.
Agora, quando todos já entenderam que o golpe não era contra a corrupção, e nem mesmo a favor de uma gestão eficiente e competente, que tinha apenas a finalidade precípua de acabar com a sangria das investigações da Lava Jato e de acastelar nos cargos com foro privilegiado a corja e a escória de Temer e de partidos da sua base, como o PSDB. Chegou a hora de reagirmos.
O momento é muito grave. Vivenciamos o Brasil caminhando a passos largos para um abismo de difícil recuperação. Temos um Judiciário acovardado e parcial, uma economia com um viés unicamente rentista e um povo apático, atordoado e fustigado por uma mídia vendida e comprometida somente com os seus mesquinhos interesses.
Os últimos dados do governo apontam para um deficit primário nas suas contas de R$ 56,09 bilhões, o pior 1º semestre em 21 anos. Esse foi o mais assustador resultado para o primeiro semestre desde o início da série histórica, em 1997. Pelo visto, a competência da equipe econômica de Temer, tendo a frente Meireles, é só de “H”. Se não instituirmos o nosso Plano de Demissão Involuntária – PDI para todo esse grupo, estaremos ferrados. Fora Temer e Diretas JÁ!
*Arruda Bastos é médico, professor universitário, membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, radialista, ex-secretário da Saúde do Ceará e um dos Coordenadores do Movimento Médicos pela Democracia
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