Pesquisa sofre com desmonte de Temer, e orçamento tem queda histórica
Diretor do Andes, Epitácio Macário conta que verba destinada para o setor caiu a menos da metade do que era em 2010. “Estamos regredindo a um patamar inferior ao que era nos anos 1990”, afirma.
Publicado 20/07/2017 19:41
De acordo com o diretor do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) Epitácio Macário, a pesquisa nacional sofre com problemas orçamentários e o desmonte do setor traz um “prejuízo incalculável” para a população. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Epitácio diz que o Brasil está regredindo décadas.
“O orçamento federal destinado para o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações é menos da metade do que tínhamos em 2010. Na área de ciência e tecnologia estamos regredindo a um patamar muito inferior ao que era nos anos 1990, pela falta de recursos”, afirma o pesquisador.
O diretor do Andes questiona o setor de pesquisas que, segundo ele, está seguindo uma linha de raciocínio mercadológica, motivado pelo desmonte das verbas públicas. “Com essa ideologia da vinculação de toda a produção de ciência e tecnologia ao mercado, os interesses das empresas passam a pautar a agenda de pesquisa do Brasil. Por conta disso, deixam de fora da pesquisa os grandes problemas da população, como as endemias”, critica.
Ao falar do programa Ciência Sem Fronteiras, que sofreu cortes do governo de Michel Temer no começo deste ano, Macário diz que a produção científica deve ser feita em benefício do Brasil, o que é difícil no atual momento do país. “Com a crise política do Brasil, houve o fim do programa, ele saiu da agenda do atual governo. O programa poderia ter sido aperfeiçoado, mas um governo que não tem formação democrática jamais faria isso; pelo contrário, cortou isso.”