'Condenação de Lula foi política', diz Boulos
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) afirmou que as manifestações desta quinta-feira (20) dão continuidade às ações de combate às propostas de reforma do governo Temer e servem para denunciar o "descalabro" que foi a aprovação da reforma trabalhista na última semana. O dirigente afirmou também que os atos protestam contra a condenação política do ex-presidente Lula na Lava Jato e pedem eleições Diretas Já.
Publicado 20/07/2017 15:48
Para Boulos, é preciso defender Lula da perseguição que vem sofrendo, pois a condenação do ex-presidente, segundo ele, ocorreu "sem provas", fruto de um processo "viciado", conduzido a partir de uma culpa já pré-estabelecida.
"A condenação do Lula, na semana passada, pelo Sérgio Moro, na medida em que foi uma condenação sem provas, na medida em que, desde o princípio, o processo foi conduzido com presunção de culpa, de maneira viciada, foi uma condenação política, e não jurídica", afirmou.
Sobre a necessidade eleições direitas, Boulos diz que não é possível aceitar uma "saída por cima" para a atual crise política, fazendo referência a uma eventual eleição indireta, em que o sucessor de Temer seria escolhido por deputados e senadores, e que tem o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), como um dos favoritos.
Para Boulos, o Congresso não tem legitimidade para efetuar essa escolha no lugar do povo. "Essa turma não tem legitimidade nem para mudar nome de rua, quanto menos para eleger o presidente da República."