Publicado 18/07/2017 16:36
Desde a semana passada estudantes se mobilizam contra a redução do Passe Livre Estudantil. A informação foi publicada no Diário Oficial da Cidade no último sábado (8) e deve afetar aproximadamente 500 mil alunos.
Já na última quarta-feira (12), os manifestantes se reuniram no Viaduto do Chá, onde está localizada a Prefeitura de São Paulo, pedindo a revogação da medida que deve afetar. Nesta terça-feira (18) outro ato será realizado na Avenida Paulista, às 17h.
O ato foi convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), União Paulista (Upes) e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
Antes os estudantes tinham direito de fazer oito viagens gratuitas a cada 24 horas e agora, só poderão fazer quatro embarques gratuitos durante 2 horas, duas vezes ao dia. Antes, era possível oito embarques em 24 horas.
Essa mudança da gestão Doria excluirá os alunos de inúmeras atividades fora da sala e horário de aula, como teatro, exposições e cursos – delimitando assim, o acesso à educação e cultura.
Para além dessa exclusão, há também um problema que é consequência de uma grande cidade: muitos alunos não conseguirão chegar aos locais de estudo porque demoram mais de duas horas no trajeto.
“A mudança do Passe Livre é uma grande exclusão da juventude da cidade, acessando cada vez menos os espaços públicos”, disse Nayara Souza, presidenta da UEE São Paulo (União Estadual dos Estudantes) em entrevista ao Portal Vermelho.
Privatização do transporte
Ainda segundo Emerson Santos, essa atitude faz parte de um pacote de privatizações que vem acontecendo desde o início da gestão Doria em São Paulo, como a privatização do Bilhete Único, anunciada em fevereiro deste ano.
"Essa restrição faz parte da grande política privatista do Doria, começando pela limpeza dos grafites, em que passa pela privatização das praças e parques e chega a um direito adquirido, depois de muita luta, como o Passe Livre”, conclui Nayara Souza.
Segundo a gestão Doria a alteração deveria entrar em vigor a partir de 1º de agosto, entretanto, beneficiários do programa informaram que desde segunda-feira (10) a restrição já estava valendo. A justificativa para tal mudança foi de que haveria a necessidade de corte de gastos.