Venezuela se preparar para constituinte; oposição faz votação paralela
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela realizou neste domingo (16) o ensaio eleitoral para o pleito que elegerá a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), programado para o dia 30 de julho. Ao mesmo tempo, a oposição, liderada pela coalizão MUD (Mesa da Unidade Democrática), fez um “plebiscito”, convocado à revelia do órgão eleitoral, questionando a ANC e o governo de Nicolás Maduro.
Publicado 17/07/2017 10:14
Para o ensaio eleitoral oficial, Tania D’Amelio, reitora do CNE, explicou que, nos 335 municípios do país, foram montados 2.000 centros de votação, onde os eleitores venezuelanos puderam conhecer o processo de votação para a ANC e o órgão eleitoral testou o sistema, como sempre faz antes de eleições na Venezuela.
Segundo Tania, a intenção da votação prévia é verificar “o correto funcionamento da rede de transmissão de dados e dos centros nacionais de computação, assim como a infraestrutura tecnológica dos centros de suporte”.
O presidente do CNE, Tibisay Lucena, explica que esta é a primeira vez que não serão utilizadas cédulas eleitorais – a eleição da ANC será feita por meio de urnas eletrônicas, onde serão identificados os 5.500 candidatos territoriais e setoriais à Constituinte.
Oposição realiza “plebiscito” sem aval da CNE sobre Constituinte
Já a oposição venezuelana fez uma votação paralela, um “plebiscito” sobre a ANC, iniciativa considerada inconstitucional por autoridades governistas e realizada à revelia do CNE.
A consulta popular informal foi convocada pela maioria opositora na Assembleia Nacional, que se encontra em desacato, segundo determinado pelo TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) da Venezuela, o que significa que suas ações são nulas.
Além disso, a consulta aconteceu sem o monitoramento da autoridade eleitoral venezuelana e sem um sistema de votação antifraudes – foi possível votar mais de uma vez, por exemplo, já que não há um controle sistematizado do pleito.
De tal modo, a oposição passou por cima da decisão do TSJ que estabeleceu que não é necessário realizar um referendo para ativar a Constituinte, como exigiam os críticos à convocação feita por Maduro no fim de março.