Condenação de Lula repercute na América Latina
O juiz Sérgio Moro condenou, nesta quarta-feira (12), o ex-presidente Lula a nove anos e meio de prisão por “corrupção passiva” e “lavagem de dinheiro”. A ausência de provas e falta de evidências consistentes levam a imprensa latino-americana a defender a tese de que houve perseguição política contra o dirigente petista.
Publicado 12/07/2017 16:17
Imediatamente após a notícia da condenação, agências e portais da esquerda latino-americana repercutiram a informação em tom crítico. É o caso do jornal argentino Página 12, que chamou atenção para fato de que a sentença pode tirar Lula da competição eleitoral de 2018.
Segundo o Página 12, trata-se de “outro passo da ofensiva midiática e judicial contra as forças antineoliberais da América latina”. Isso porque, a condenação também proíbe Lula, de 71 anos, a exercer cargos públicos por 19 anos. Isso o faria carta fora do baralho durante as eleições presidenciais de 2018 no Brasil.
A emissora multiestatal Telesur também repercutiu a notícia com tom de preocupação sobre o futuro do país e da América Latina. Destacou ainda a atuação dos movimentos sociais brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito. “O ex-mandatário tem denunciado, em múltiplas oportunidades, uma perseguição judicial para impedir sua candidatura nas próximas eleições presidenciais em 2018”, diz a Telesur.
A agência oficial de notícias do governo do Equador, a Andes, e a versão para a América Latina da agência russa Russia Today noticiaram o caso sem emitir opinião sobre a questão. Ambas apenas destacaram a importância de Lula para a política nacional e internacional.