CUT lamenta assassinato de liderança quilombola no Pará
A líder quilombola Maria Trindade moradora de Moju, cidade do nordeste do Pará, foi encontrada morta no sábado (24) após ter sido visto pela última vez na sexta-feira (23). A liderança popular foi encontrada pelo filho e tinha sinais de agressão a pauladas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) soltou nota de pesar nesta quarta-feira (28) e pediu rigor nas investigações. A nota chama atenção de que sobre para 19 o número de lideranças e trabalhadores do campo assassinados em 2017 no Estado.
Publicado 28/06/2017 11:11
Confira a nota:
A Central Única dos Trabalhadores lamenta profundamente o assassinato de mais uma liderança no Pará, desta vez no município de Moju. A líder quilombola, Maria Trindade da Silva Costa, que em vida prestou grande contribuição a luta dos Quilombolas e dos trabalhadores rurais em geral, era delegada sindical e liderança comunitária desde 1980.
Maria saiu de casa na última sexta, 23 de junho, e seu corpo foi encontrado pelo filho quase 24 horas depois. Moradores da região fizeram uma vigília para tomar conta da caracterização do crime para que as provas não fossem alteradas até a polícia chegar. A hipótese que apareceu na grande mídia de que ela teria sido vítima de violência sexual foi descartada. Trindade foi encontrada com punho e cabeça quebrados e rosto muito machucado. A primeira conclusão é que a paraense foi morta a pauladas.
Com a morte de Maria Trindade, sobe para 19 o número de assassinatos de trabalhadores rurais no Pará somente em 2017.
Não se sabe, ainda, quem a praticou, tampouco o real motivo que levou a mais esta barbárie. No entanto, estamos assistindo a uma crescente onda de violência e a uma recorrente banalização da vida humana, que se materializa no assassinato de trabalhadores, e especialmente de mulheres representantes dessas comunidades, que são os esteios das lutas e da resistência no campo, nas águas e nas florestas.
A maior central sindical do país estará acompanhando a investigação e cobrará punição deste e de todos os crimes contra lideranças sindicais e populares e manifesta seu mais profundo pesar aos familiares de Maria.
A CUT, a comunidade de Moju, a família de Maria Trindade e a sociedade brasileira exigem uma apuração criteriosa e urgente deste caso, para que mais uma vez a impunidade não seja a única resposta dada à população.
Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil