Publicado 14/06/2017 16:18
De acordo com os advogados, durante audiência em que era ouvido ex-diretor geral da Polícia Federal Luiz Fernando Correa, nesta quarta-feira (14), Moro interrompeu e impediu que a defesa prosseguisse com as perguntas por achar que as indagações seriam "perda de tempo", pois já teriam sido feitas.
Luiz Fernando Correa depôs em processo em que os procuradores da Lava Jato acusam a Odebrecht de ter planejado doar um terreno para o Instituto Lula.
"Cada dia mais evidente o cerceamento de defesa e o desrespeito à advocacia na 13ª Vara Federal de Curitiba. Testemunha de defesa é 'perda de tempo'", criticou Zanin, em sau conta no Twitter.
Em nota, Zanin afirmou que Moro interrompeu o trabalho da defesa de Lula na oitiva do ex-diretor geral da Polícia Federal Luiz Fernando Correa, exatamente quando o depoente, na mesma linha dos ex-procuradores gerais da República Claudio Fontelles e Antonio Fernando Barros, discorria sobre o estímulo e condições materiais propiciados pelo então presidente Lula no combate à corrupção e a lavagem de dinheiro.
"É preciso registrar que o Juízo tem permitido, nas demais audiências, que o Ministério Público Federal formule perguntas na mesma linha de outras já feitas anteriormente às testemunhas de acusação – em audiências referentes à ação penal – notadamente em relação aos delatores. Moro afirmou que indeferia o questionamento porque tais perguntas já haviam sido respondidas em outra ação e que sua continuidade resultaria em "perda de tempo", denunciou Zanin.
Para o advogado, "diante da falta de provas que se verifica na acusação à Lula, é lamentável que o juízo recorra a tais expedientes e, junto com a representante do MPF manifeste comportamento tão desrespeitoso à defesa".