Governistas esvaziam CCJ para impedir análise da PEC das Diretas
Enquanto a agenda de desmonte da Previdência e trabalhista segue no Congresso Nacional, a base aliada do governo esvaziou a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, impedindo que fosse atingido o quórum para avançar na análise da admissibilidade da PEC das Diretas (Proposta de Emenda à Constituição 227/16).
Publicado 13/06/2017 13:42
A PEC prevê eleições diretas para presidente e vice-presidente da República em caso de vacância desses cargos a qualquer tempo, exceto nos seis últimos meses do mandato. Mas os partidos que integram a base governista, contrários à PEC, deixaram de registrar presença durante a primeira votação pelo processo nominal, e o quórum para votação não foi alcançado.
Apesar da manobra, 27 deputados registraram seus votos por meio do painel eletrônico, sendo apenas 7 a menos do que o exigido pelo Regimento Interno. Os partidos de oposição, como PCdoB, PT, PDT e PSB, registraram presença.
De acordo com o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), a admissibilidade da PEC deverá ser incluída na pauta de reunião extraordinária na próxima semana, como item único.
A manobra do governo contra a proposta acontece uma semana após o lançamento da Frente Suprapartidária por Eleições Diretas Já, com a participação de parlamentares de diversos partidos, dirigentes de entidades do movimento social, autoridades e personalidades.
No domingo (11), milhares foram às ruas em atos em defesa de eleições diretas. Em Salvador, mais de 100 mil pessoas ocuparam o Farol da Barra pedindo Fora Temer.