Reforma trabalhista parece que foi feita no escritório da CNI,diz CUT
Segundo a CUT-SP, a proposta de reforma trabalhista em tramitação no Senado, apoiada por entidades empresariais, que determina a prevalência sobre a lei de acordos entre patrões e empregados, o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical e a flexibilização de contratos de trabalho, além de inúmeras outras mudanças na CLT, é ainda mais grave que a reforma da Previdência, e faz "terra arrasada" com os direitos dos trabalhadores.
Publicado 08/06/2017 13:31
"Nós entendemos que essa reforma, na verdade, é um desmonte da nossa CLT, que não vai resolver em nada o problema do emprego. O que resolve o problema do emprego é o desenvolvimento econômico e uma política macroeconômica adequada", diz o secretário-geral da CUT-SP, João Cayres, em entrevista nos estúdios do Seu Jornal, da TVT nesta quarta-feira (7).
Ele afirma que o projeto do governo Temer é praticamente idêntico ao pacote de mudanças na CLT apresentada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no ano passado. "Na verdade, parece que esse projeto de reforma foi feito no escritório da própria CNI ou das entidades empresariais, porque não tem uma vírgula de diferença. É um grande ataque à classe trabalhadora."
Para ele, declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), afirmando que esses projetos devem passar, independentemente da sobrevivência do governo Temer, apontam que o golpe do impeachment não foi apenas contra a ex-presidenta Dilma Rousseff ou contra o PT, mas, principalmente, contra a classe trabalhadora.
Em resposta a essa ofensiva contra os trabalhadores, o secretário-geral da CUT-SP destaca a importância da greve geral marcada para o próximo dia 30, e do dia de mobilização que a antecede, no dia 20. Ele também convoca as pessoas a se mobilizarem nas redes sociais e enviar e-mails para os senadores para pressionar contra a aprovação da reforma.
"Não basta só fazer os movimentos de rua. Temos que agir nas redes sociais, mandar e-mails e falar 'se vocês votarem a favor desta reforma, no ano que vem, não terão o nosso voto'."
Confira a entrevista do dirigente à TVT: