Putin denuncia intervencionismo dos EUA em assuntos de outros países

A ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos de outros abarca grande parte dos países do mundo, no entanto, só a Rússia é acusada dessa prática, denunciou, nesta segunda-feira (5), o presidente Vladimir Putin.

Vladimir Putin - Foto: Jussi Nukari/AFP

O chefe de estado russo declarou ao canal de televisão NBC que a atenção dos meios ocidentais se concentra neste país para o acusar de ingerência em assuntos internos de outras nações, algo que não faz sentido para a Rússia, comentou.

"Não quero ofender ninguém, mas os Estados Unidos está em todas partes, em todo o mundo se intromete ativamente nas campanhas eleitorais de outras nações", enfatizou o mandatário russo.

Onde quer que coloque o dedo no globo terrestre, aí estarão as queixas de que os funcionários públicos norte-americanos interferem em seus processos políticos internos, afirmou.

"Mas se alguém – eu não digo que seja a Rússia, pois não o fizemos – tenta influenciar, influencia ou de alguma maneira participa do processo político, então os Estados Unidos não deveria se queixar por isso", considerou.

Vamos ver: Quem fica bravo por uma suposta ingerência em seus assuntos internos, [é] o país que mais frequentemente realiza essa prática, se perguntou o chefe de Estado russo.

Cada ação tem sua resposta, mas para nós isso não faz falta e repetimos a você e outros meios de imprensa, declarou Putin à NBC, cuja jornalista apresentou o mesmo tema em um painel do fórum econômico de São Petersburgo.

Na França disse o mesmo: os presidentes vêm e vão, inclusive os partidos mudam, mas a linha política principal se mantém, considerou Putin.

"Por isso, na realidade, dá no mesmo quem está adiante dos Estados Unidos, pois sabemos aproximadamente o que acontecerá. Por isso, ainda que tivéssemos o interesse, nunca interferimos no processo político estadunidense", declarou.

O Congresso estadunidense está realizando uma investigação sobre uma suposta ingerência russa nas eleições presidenciais, em que venceu Donald Trump, enquanto a imprensa do país se refere a supostas evidências dessa prática.