Mídia internacional destaca ato no Rio por Diretas Já e contra Temer
O ato que levou mais de 100 mil pessoas à praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (28), para exigir a saída do presidente Michel Temer (PMDB), ganhou destaque na imprensa internacional. Os jornais europeus frisaram o crescente descontentamento da população com o atual governo, que registra menos de 5% de popularidade, e também destacaram a beleza do cenário do protesto que, apesar do mau tempo, congregou manifestantes e músicos em uma pauta única.
Publicado 29/05/2017 14:51
Com a manchete O grito por novas eleições no Brasil toma a praia de Copacabana, o jornal espanhol El País destacou a participação de estrelas internacional, como o cantor Caetano Veloso e o ator Wagner Moura, reconhecido mundialmente por interpretar o megatraficante Pablo Escobar, na série Narcos. "Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos eleger o presidente do Brasil", entoou o ator junto com a multidão.
O jornal lembra que a Constituição brasileira prevê a realização de eleições indiretas, caso o presidente seja retirado após decorridos dois anos do mandato, mas ressalta a insatisfação popular com essa possibilidade.
A BBC destacou que a névoa que encobria a praia de Copacabana não impediu que milhares saíssem às ruas, em protesto tipicamente brasileiro, misturando samba e política, para pedir a saída de Michel Temer.
Os ingleses assinalam a rotina de escândalos, mas destacam que as últimas semanas registraram "tumultos" na cena política após a divulgação dos áudios envolvendo o presidente e um empresário em conversas suspeitas, que deixou "o povo com raiva". Especialista ouvido pela BBC classificou Temer como um "pato manco"(lame duck, no original), expressão usual que identifica presidente em final de mandato com poderes reduzidos, à espera de um sucessor.
O alemão Deutsche Welle, em sua página em inglês, anotou que artistas se uniram aos manifestantes, com destaque para o vencedor do Grammy Caetano Veloso, para pedir a saída do presidente Michel Temer, que sustenta cerca de 5% de aprovação apenas.