Morre o jornalista Miguel Urbano Rodrigues
O jornalista Miguel Urbano Rodrigues morreu neste sábado (27), em Portugal, aos 91 anos. Nascido em Moura, Alentejo, em 1925, filho de pai jornalista e escritor, em uma família de agricultores abastados de tradição republicana, viu a implantação da ditadura do “Estado Novo”.
Publicado 28/05/2017 12:28
Rodrigues cursou a Faculdade de Letras de Lisboa. Foi redator do Diário de Notícias (com início em 1949) e chefe de redação do Diário Ilustrado. Jovem dotado de curiosidade e talento intelectual incomparável, e comprometido com as causas sociais, exilou-se no Brasil por conta do regime fascista em Portugal.
No país, foi editorialista de O Estado de S. Paulo (1957 a 1974) e editor internacional da revista Visão (1970 a 1974). Durante esse período, acompanhou ou interveio em eventos marcantes da debilitação do governo fascista em Portugal, especialmente a luta pela independência de Angola. Em 1963, aderiu ao Partido Comunista Português.
Regressou a Portugal logo após o 25 de Abril de 1974, dia da Revolução dos Cravos, no auge da explosão de entusiasmo popular, incorporando-se na construção do regime democrático, como militante comunista. Foi chefe de redação do Avante! em 1974 e 1975 e diretor do jornal O Diário, de 1976 a 1985. Exerceu a presidência da Assembleia Municipal de Moura de Janeiro de 1986 a Junho de 1988, foi deputado da Assembleia da República entre 1990 e 1995, e ainda deputado nas Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da União da Europa Ocidental.
Enquanto esteve exilado, desenvolveu uma vasta rede de contatos de trabalho e de laços de amizade com inúmeras personalidades políticas progressistas da América Latina. Ao voltar para Portugal, desempenhou inúmeras missões de natureza política ou jornalística, e expandiu a sua vasta rede de solidariedade e cooperação internacional. Já no século 21, Rodrigues fundou os sites resistir.info (em 2002) e do odiario.info (em 2006).