Adilson Araújo: A marcha é decisiva para minimizar danos do golpe
A opinião das centrais sindicais é que a marcha a Brasília nesta quarta-feira (24) será decisiva para barrar as reformas trabalhista e previdenciária no Congresso Nacional. Apesar da grave crise institucional que se instaurou com o escândalo envolvendo o presidente Michel Temer, os comandantes do golpe já dão mostras de que não deixarão esfriar o avanço das reformas na Câmara e no Senado e já buscam maneira de garantir a sua continuidade com ou sem Michel Temer.
Publicado 23/05/2017 11:55
Como afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, as forças conservadoras já advogam por eleições indiretas como solução para o impasse. "Vociferam que não pode haver solução de continuidade na política econômica, ou seja, que é preciso aprovar as mudanças reacionárias nas legislações trabalhista e previdenciária".
Artigo publicado nesta segunda-feira (22) no jornal Valor Econômico confirma isso. Diz que a opinião predominante no mercado financeiro é que a melhor saída para este momento é o afastamento de Michel Temer e a escolha de um nome da base do governo via eleições indiretas para dar continuidade às reformas.
Prossegue a reforma trabalhista
Também reforça esta tese o fato de o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) ter voltado atrás na decisão de suspender a tramitação da reforma trabalhista neste período de crise institucional. Nesta terça-feira (23), o relator realiza a leitura do relatório do Projeto de Lei da Câmara 38/2017 à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) descumprindo acordo anterior com as centrais sindicais.
Audiências sobre o tema foram desmarcadas. O presidente da CTB recebeu hoje um comunicado da Comissão de Trabalho informando que a audiência para debater o tema prevista para amanhã foi adiada "por tempo indeterminado".
A intenção de não dar mostras de que o governo está paralisado com a crise política que envolve o presidente Michel Temer está sendo encampada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. No próprio sábado (20), Meirelles esteve reunido com Rodrigo Maia (PMDB-RJ), presidente da Câmara, para tentar agilizar a votação e análise de processos da área econômica, e a reforma trabalhista também estava na pauta.
Para o presidente da CTB, a 9ª marcha da classe trabalhadora a Brasília será um marco na história do movimento sindical. Centenas de manifestantes de diversos estados brasileiros já se organizam para estar em Brasília. "É por este caminho que haveremos de minimizar os danos provocados pelo golpe e pavimentar o caminho para o novo projeto nacional de desenvolvimento com democracia, soberania e a geração de emprego e renda", diz Adilson.
SERVIÇO:
MARCHA DA CLASSE TRABALHADORA – 24 DE MAIO
#OcupeBrasília
11h. Concentração no Mané Garrincha;
11:30 – Organização da saída dos manifestantes em Marcha pela Esplanda dos Ministérios
14h – Ato em frente ao Congresso Nacional.