Sem asas, tucanos decidem permanecer no governo e Aloysio ataca STF
Enquanto o PSDB tenta explicar os fatos que envolvem o seu presidente nacional, agora afastado, Aécio Neves (MG), o seu presidente em exercício, Tasso Jereissati (CE), declarou nesta segunda-feira (22) que o partido só vai decidir se permanece ou desembarca do governo após os julgamentos dos processos que correm contra Michel Temer, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Publicado 22/05/2017 16:47
"O PSDB está vendo isso com muita responsabilidade, com muito cuidado, existem desdobramentos aí e tem agora na quarta uma votação no Supremo. Nós vamos aguardar. Tem uma votação logo em seguida do TSE. Nós vamos aguardar que nossa visão de tudo aquilo que fizermos e que venha acompanhado do julgamento das instâncias do Judiciário, melhor e mais consolidado", disse.
Já o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, senador licenciado e vice na chapa de Aécio – derrotada nas urnas em 2014 -, saiu em defesa de seus parceiros e apontou a sua mira contra o Supremo Tribunal Federal.
O tucano criticou o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, por ter homologado a delação dos executivos da JBS. Segundo ele, Fachin não tem “competência jurídica” para validar o acordo.
Aloysio também criticou a decisão de abrir inquérito para investigar Temer e afastar Aécio de seu mandato e pediu para o plenário do Supremo “pôr ordem na casa”.
“Para Janot e Fachin, só há um ministro no STF: o próprio Fachin. Fachin é o relator da Lava-Jato, não é o relator universal da República. Lava Jato é investigação sobre a Petrobras e não sobre os crimes da JBS e duas eventuais conexões com políticos”, escreveu Aloysio.
“Fachin não tinha competência jurídica para a misericordiosa homologação da delação de Joesley. Tampouco para determinar a suspensão do mandato do Aécio, a abertura do processo contra Temer e a prisão de Andrea Neves. Tudo isso é ilegal e não pode subsistir. O pleno do Tribunal precisa pôr ordem na casa, para que as apurações prossigam, mas de acordo com o ordenamento jurídico”, completa o tucano.