Orlando: Aprovar a terceirização foi um crime contra os trabalhadores
Após intensa articulação, o PCdoB conseguiu uma importante conquista nesta quarta-feira (22): garantiu a presidência da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados e indicou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) para o cargo. Ele já tinha sido eleito vice-presidente dessa Comissão em maio do ano passado.
Publicado 23/03/2017 13:21
A líder do PCdoB na Câmara, deputada Alice Portugal (BA), comemorou. “Finalmente, demos o primeiro passo para iniciar o trabalho das comissões, que são a alma da Câmara. E hoje, o bloco formado pelo PCdoB, PT e PDT manteve a articulação feita desde 2016 e ficamos com a Comissão do Trabalho, uma pasta que tem o nosso DNA”, afirmou.
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), em um momento em que o mundo do trabalho sofre tantos ataques, presidir esta comissão será um desafio. E a luta começou nesta terça-feira mesmo, com as tentativas dos deputados de Oposição em obstruir a votação do Projeto de Lei 4302 que legaliza e amplia a terceirização para atividade-fim das empresas e parte do funcionalismo público.
Logo após a aprovação, o deputado Orlando Silva analisou os prejuízos trazidos pela terceirização irrestrita na vida do trabalhador. Para ele, a aprovação da terceirização foi um crime da Câmara dos Deputados contra os trabalhadores, pois “retira direitos, precariza as relações de trabalho e a crueldade desse crime é ainda maior porque vivemos num ambiente de total desemprego. São quase treze milhões de desempregados no Brasil, o que aumenta ainda a dor de tantas famílias que lutam para ter dignidade através do trabalho”, ressaltou.
Enfrentamento
Porém, ainda tramita na Casa o PL 6787, que é a reforma trabalhista de Temer. Segundo o deputado Orlando Silva, a Comissão de Trabalho pode ser um contraponto à Comissão Especial da Reforma Trabalhista, sendo um espaço de resistência e defesa dos interesses dos trabalhadores.
“A minha primeira missão é participar ativamente do debate sobre reforma trabalhista (…), nós temos obrigação de intervir neste debate e agir no sentido de sustentar a CLT, sustentar os direitos dos trabalhadores que são alvo de tantos ataques neste momento pelo governo ilegítimo de Michel Temer”, disse.
Orlando Silva acredita que a Comissão será um espaço de resistência. “Cabe ao Congresso garantir os direitos dos trabalhadores, não os retirar. Então, considero um privilégio dirigir esta comissão que será um espaço de resistência”, conclui.