Povo toma as ruas do Recife para dizer não à Reforma da Previdência
Diversas categorias saíram às ruas de Pernambuco nesta quarta para rechaçar a reforma da Previdência. Os protestos tiveram a adesão dos servidores do INSS, Ministério da Saúde, servidores estaduais, do Recife, trabalhadores em educação, metroviários, portuários, trabalhadores do Porto, bancários, enfermeiros, integrantes das centrais sindicais e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Segundo o vice-presidente da CTB, Helmiton Beserra, cerca de 30 mil pessoas participam dos atos no Recife.
Publicado 15/03/2017 16:14
No início do dia, os manifestantes se concentraram em pelo menos quatro pontos do Recife: Praça Oswaldo Cruz, Praça do Derby, Avenida Mário Melo e Praça Chora Menino. No final da manhã, todos seguiram em passeata em direção à Superintendência Regional do INSS, na Avenida Dantas Barreto, centro do Recife, onde o ato foi encerrado por volta das 13h30.
Durante o trajeto, a manifestação foi recebendo o apoio da população, descontente com as mudanças propostas pelo governo Michel Temer. “A recepção do conjunto da sociedade foi muito boa aqui no Recife. As manifestações foram extremamente vitoriosas. Em todo lugar, o apoio foi total ao movimento contra as reformas previdenciária e trabalhista”, avaliou beserra, que também é presidente do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro).
Os atos denunciaram a retirada de direitos que tem sido promovida pelo Governo Temer e, em especial, o endurecimento das regras para a aposentadoria, em benefício de bancos e da previdência privada. Reunidos desde as 9h na Praça Oswaldo Cruz, os trabalhadores em Educação realizaram uma assembleia e aprovaram uma greve por tempo indeterminado contra a Reforma da Previdência e também pelo cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional.
O Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco também anunciou uma paralisação. Já os servidores do INSS se concentraram em frente à Gerência Regional do órgão, na Avenida Mário Melo, em Santo Amaro, enquanto os servidores do Ministério da Saúde realizaram um ato público contra o desmonte previsto pela reforma em frente à Geap Autogestão em Saúde, na Praça Chora Menino, na Ilha do Leite, região central do Recife.
Waldete Menezes, professora da rede municipal de ensino, fez questão de participar do ato mesmo com dificuldades pra se locomover. "Enquanto cidadã, não abro mão dos meus direitos, principalmente para sustentar governo golpista", disse, acrescentando que em 26 anos de profissão nunca viu um "descaso" tão grande com a área. Segundo ela, pelas novas regras da previdência, faltam 19 anos para se aposentar com a integralidade. "Antes faltavam 13", lamentou.
Mais cedo, por volta das 6h40, manifestantes queimaram pneus e fecharam a BR-101 nas imediações do viaduto de Jardim São Paulo e no Terminal Integrado no Barro, no Recife. Outra manifestação fechou a BR-101 no bairro de Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, nas imediações da fábrica da Vitarela, nos dois sentidos da via. O metrô teve paralisação parcial, com funcionamento apenas para o horário de pico: das 16h às 20h.Os Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) não circularam. E parte das escolas permaneceu fechada.
No interior do Estado, também aconteceram grandes atos contra as reformas, como é o caso de Petrolina, Garanhuns e Caruaru. Outros municípios, realizam protestos nesta quinta (16). As fotos são de Anizio Silva, Alexandre da Maia e Sintepe.
*Colaborou: Anizio Silva