Cuba é solidária com Dilma, Lula e Cristina Kirchner, diz Raúl Castro
O presidente de Cuba, Raúl Castro, reafirmou, neste domingo (5), a solidariedade da Revolução Cubana com os ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, considerados por ele como “reconhecidos líderes de Nossa América”, diante das perseguições políticas de que são alvos em seus países de origem.
Publicado 07/03/2017 10:19
No encerramento de seu discurso na cúpula da Alba (Aliança dos Povos Bolivarianos para a Nossa América), realizada em Caracas, o líder cubano também voltou a destacar “o compromisso de acompanhar a defesa da Venezuela e a posição digna, valente e construtiva do presidente Nicolás Maduro”.
Pela primeira vez, desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi eleito, Raúl se pronunciou sobe a política imigratória adotada pelo homólogo norte-americano, classificada por ele de “irracional”. “O muro que se pretende construir na fronteira norte do México é uma expressão de irracionalidade, não apenas contra esse país irmão, mas contra toda nossa região. A pobreza, as catástrofes, os imigrantes não podem ser contidos com muros, mas com cooperação, entendimento e paz”.
Raúl também fez duras críticas à nova agenda do governo dos Estados Unidos que, segundo ele, “ameaça desatar um protecionismo comercial extremo e egoísta que impactará a competitividade de nosso comércio exterior; vai vulnerar os acordos ambientais para favorecer os lucros das transnacionais; vai perseguir e deportar imigrantes gerados pela distribuição desigual de riqueza e o crescimento da pobreza provocada pela ordem internacional imposta”.
Cúpula da Alba
Os Estados integrantes da Alba decidiram que o ex-chanceler boliviano David Choquehuanca será o secretário-geral do bloco. Entre as determinações do encontro está a resolução de trabalhar em prol do reforço da unidade e da integração da América Latina e Caribe e expressaram preocupação com a situação dos imigrantes na região.
Entre as decisões tomadas neste domingo estão:
– criação de condições que assegurem o desenvolvimento do bloco;
– afirmação da unidade e da integração regionais como “condição inadiável”
– reafirmação da América Latina e das Caraíbas como Zona de Paz
– reativação de um fundo de apoio jurídico e de assessoria aos imigrantes
Os países presentes também criticam o papel assumido pela OEA (Organização de Estados Americanos) que não representa os povos e reafirmam que a “defesa da Venezuela e de sua Revolução não é um problema exclusivo dos venezuelanos”, mas de toda a América Latina.
Outra resolução tomada pelos países reunidos em Caracas foi o reconhecimento do controle social dos bens públicos e coletivos como uma prioridade. Além disso, a água e o saneamento básico foram reconhecidos como “um direito humano que não pode estar em mãos privadas”, devendo ser dever dos Estados “garantir o abastecimento para o bem-estar dos povos”.
O organismo também apoiou a convocatória realizada pelo Estado Plurinacional da Bolívia para a Conferência Mundial dos Povos por um Mundo sem Muros, que será realizada nos dias 20 e 21 de Junho em Cochabamba.
A Alba é integrada por 11 países: Antígua e Barbuda, Cuba, Bolívia, Dominica, Equador, Granada, Nicarágua, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas e Venezuela.