Aécio terá de explicar doação em ação que moveu contra Dilma
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o PSDB explique doações realizadas em 2014 pela construtora Andrade Gutierrez à campanha presidencial do senador Aécio Neves (PMDB-MG). Curiosamente, a determinação acontece na ação de cassação movida pelo próprio PSDB contra a chapa Dilma-Temer.
Publicado 02/03/2017 16:46
No processo, o PT apontou que o ex-presidente da empresa, Otávio de Azevedo, disse que teria doado ao candidato tucano R$ 19 milhões, valor superior ao declarado à Justiça Eleitoral, de R$ 12,6 milhões.
Além da diferença entre o valor que teria sido doado e o que foi declarado, a legenda também apontou o pagamento de serviços que não teriam efetivamente sido prestados.
O relator do caso no TSE, Napoleão Nunes Maia, também determinou que o setor de análise do tribunal verifique quantos empregados as fornecedoras da campanha tinham em 2014, bem como o ano de criação das empresas.
Em depoimento em setembro, o empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, delator da Operação Lava Jato, disse ter pago propina para a campanha de Dilma Rousseff em forma de doação. Em novo depoimento em novembro e confrontado com a cópia do cheque, disse que se confundiu e não houve pagamento de propina, por parte da empresa, à chapa de Dilma Rousseff e Temer na campanha presidencial de 2014.
É notória a proximidade da Andrade Gutierrez com o PSDB. A empreiteira que teve seu presidente, Otávio Azevedo, preso em junho de 2016, foi a maior doadora de recursos na campanha derrotada do senador Aécio Neves à Presidência em 2014. Foram 322 doações, que somaram mais de R$ 20 milhões, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).