Primeiro ônibus movido a energia solar começa a transitar em março
Moderno, econômico, silencioso e ecológico, são alguns dos adjetivos que se pode utilizar para qualificar o “E-Bus”, primeiro ônibus elétrico do país movido a energia solar e que começa a operar em Florianópolis a partir do dia 6 de março.
Publicado 14/02/2017 17:36 | Editado 04/03/2020 17:13
De início, o veículo deve realizar quatro viagens diárias entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Centro Integrado de Pesquisa em Energia Solar do Sapiens Parque, em um trajeto de pouco mais de 50 quilômetros, entre ida e volta.
O veículo foi desenvolvido pela própria UFSC, por meio do seu Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar, com o objetivo de divulgar as vantagens do uso de fontes de energia ecologicamente sustentáveis para o transporte urbano. “Queremos que esse conceito seja replicado em outros veículos deste porte e categoria. Atualmente o custo é uma dificuldade, mas acreditamos que ele baixe consideravelmente caso seja produzido em maior escala”, afirmou o engenheiro elétrico e pesquisador do Grupo, Lucas Nascimento.
Ao todo, disse Lucas, foram investidos na unidade aproximadamente R$ 1 milhão, em recursos provenientes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, além das parcerias realizadas com as empresas WEG, Marcopolo, Eletra Bus e as companhias japonesas Mitsubishi Heavy Industries e Mitsubishi Corporation.
Mobilidade produtiva
Com emissão zero de gases poluentes, o E-Bus utiliza 14 baterias de íon-lítio, que podem ser totalmente recarregadas em pouco mais de três horas, proporcionando uma autonomia de 200 km. A recarga pode ser feita nas próprias estações de células fotovoltaicas existentes na UFSC e no Sapiens Parque, ou na rede elétrica convencional. O ônibus conta ainda com um sistema de recarga rápida, que pode ser feita em 5 minutos, capacitando-o a transitar por mais 11 km.
Outra especificidade do E-Bus é a utilização da chamada frenagem regenerativa ou sistema de recuperação de energia cinética (KERS, na sigla em inglês), que proporciona a recuperação de 30% da força durante o processo de frenagem. De forma simplificada, quando o freio é acionado, o motor elétrico vira um gerador e a energia que seria desperdiçada na frenagem é reaproveitada e armazenada no banco de baterias.
Além da eficiência energética, ressalta Nascimento, outro conceito incorporado ao modelo foi a chamada mobilidade produtiva. “Como foi idealizado para promover o transporte de estudantes, pesquisadores e funcionários das duas instituições, o E-Bus conta com duas mesas, internet wi-fi e pontos de recarga para notebooks e celulares ao lado de todos os seus 38 assentos, tornando-o uma verdadeira estação de trabalho móvel.”