Audiência Pública unifica mulheres contra a Reforma da Previdência
"As mulheres serão protagonistas na luta contra a retirada de direitos". Essa foi a palavra de ordem da Adiência Pública "Parlamentares contra a Reforma da Previdência" ocorrida na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8), que contou com a participação de senadoras, deputadas e membros de entidades dos movimentos sociais.
Por Laís Gouveia
Publicado 08/02/2017 13:45
A iniciativa da Audiência partiu da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos Humanos das Mulheres; Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos; Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher; Secretaria da Mulher da Câmara; e Procuradoria Especial da Mulher do Senado.
No início do fórum foi lido um documento, enfatizando a importância da luta das mulheres contra a Reforma, estabelecendo estratégias de comunicação e grandes mobilizações para denunciar à sociedade o pacote de retirada de direitos propostos pelo Governo Temer, centrando forças no próximo 8 de março, data do Dia Internacional da Mulher.
A Senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) participou da audência representando a Procuradoria da Mulher do Senado e chamou atenção para o momento crítico que o Brasil vive. "Estamos debatendo a pauta regressiva do governo, que agumenta não ter dinheiro para os gastos sociais, mas não falta para o mercado financeiro e pagamento de juros. Os maiores penalizados com a Reforma da Previdência são os que não conseguirão sua aposentadoria integral, após décadas de contribuição. O golpe não era apenas para tirar a Dilma, mas sim para entregar o país, nossas riquezas. A palavra de ordem tem que ser as brasileiras nas ruas, pois se não seremos atropeladas", alerta.
Devemos desconstruir falsas verdades
A Deputada Federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ressaltou que a luta será árdua, mas é fundamental desmistificar falsas verdades criadas pelo governo. "Eu nunca vi um contúdo de Reforma tão nocivo. O capitalismo pensa num Estado reduzido, por qual outra razaão vocês acham que o Ministério da Previdência foi parar no ministério da fazenda? Não há deficit na seguridade social, apesar da crise, ela ainda resiste, se não fosse não se pagaria mais benefícios nesse país, tal afirmação já comprovada por vários especialistas na área" denuncia.
"Com essa reforma nenhuma mulher mais alcançará essa aposentadoria, pois a nova proposta de previdência indica de 15 a 25 anos de contribuição direta. Além disso, o tratamento diferenciado ao trabalhador rural [ mulheres aos 55 e homens aos 60) não é assistência social, mas sim um direito do trabalhador do campo pelas condições de trabalho a qual são submetidos", esclarece Jandira.
Jandira concluiu a sua fala reforçando a importância da mobilização contra a atual agenda. "Nossa luta é contra o capital e elite brasileira, as mulheres, que foram protagonistas contra o golpe, serão novamente para barrar essa reforma, precisamos constranger esse governo que senta em uma cadeira que não é sua, tira direitos e restringe a democracia", afirma.
"Mulher votando nessa Reforma é traição".
A Deputada Maria do Rosário (PT-RS), em sua fala, reforçou a inconstitucionalidade da Reforma da Previdência. "A constituição de 1988 está em risco, tirando direitos garantidos, entre eles o conceito de previdência como social: A reforma está baseada em uma propaganda mentirosa, não existe esse deficit citado pelo Temer e quem paga a conta são os pobres, mulheres e idosos. Não enfrentam a divida interna, os sonegadores de impostos e tiram de quem mais passa dificuldades. No mundo, todas as mulheres estão se levantando contra a opressão, no Brasil não será diferente, vamos derrotar esse governo golpista, em nome de todas as brasileiras. Um voto só de uma mulher nessa reforma é uma traição", ressaltou.
Registraram presença na Audiência Pública a Deputada Federal Jô Moraes (PCdoB-MG), Luísa Erundina (PSOL-SP), Fátima Bezerra (PT-RN) além de representantes da Contag, UBM, CUT, CTB, Rosas pela Democracia, entre outras entidades dos movimentos sociais.