PCdoB: A responsabilidade pelo caos é do governo do Espírito Santo
O Espírito Santo completa o quarto dia de mobilização de familiares de Policiais e Bombeiros Militares, reivindicando melhores salários e condições de trabalho mais adequadas.
Esposas, mães e outros parentes dos militares se concentraram na frente dos portões de todos os quarteis impedindo a saída de veículos, soldados e oficiais para prestar os serviços de patrulhamento e atendimento a ocorrencias.
Publicado 07/02/2017 20:18
A direção estadual do PCdoB do Espírito Santo divulgou nesta terça-feira (7) uma nota manifestando seu apoio ao movimento e responsabilizando o governo estadual pela total insegurança a que a população foi submetida nestes quatro dias por conta da ausencia de patrulhamento de policiais militares em todo o estado. O partido entende que só o diálogo pode superar esta situação e evitar que outros eventos semelhantes tornem a ocorrer.
Tratar servidores públicos, sejam eles civis ou militares, com autoritarismo e arrogância, só contribui para gerar o caos, não para supera-lo.
Segue a nota na íntegra:
Nota do PCdoB sobre o caos que se instalou no Espírito Santo
Todo trabalhador e trabalhadora tem o direito de lutar por melhores salários e melhores condições de trabalho.
O PCdoB se solidariza com os familiares dos servidores da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, desejando que o governo estadual retome o diálogo como forma de superar esse impasse que tem causado graves consequências para a vida dos capixabas.
Baixos salários e precárias condições de trabalho não atingem apenas trabalhadores e trabalhadoras, mas também seus familiares, que sentem o impacto em seu cotidiano, tanto com referência às condições materiais de sobrevivência, quanto com as condições de segurança a que são submetidos seus parentes no exercício da profissão.
Tentar deslegitimar e desqualificar a mobilização dos familiares de cabos e soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, como faz o governo estadual e setores da elite econômica capixaba, não é aceitável, é condenável.
Negar que os salários são baixos, não há como. Negar que as condições de trabalho são precárias, também não há como. Omitir-se quanto a essa situação – que atinge todo o funcionalismo público estadual – em nome de um duro ajuste fiscal que prejudica sobretudo as trabalhadoras e os trabalhadores públicos estaduais, como faz o governo, é um caminho temerário, sujeito a criar condições para eventos como o que está ocorrendo nestes dias.
Culpar os policiais e bombeiros militares pelo caos que se instalou e tentar fazer com que a população acredite nessa falácia é próprio de um governo autoritário, arrogante e truculento, que só reconhece nas forças militares estaduais o papel de uma espécie de “capitão do mato”, utilizado contra a população pobre, os movimentos populares e suas manifestações democráticas.
Criar uma comissão permanente de negociação para nada negociar, negar qualquer perspectiva de atendimento às demandas do funcionalismo em benefício de um ajuste fiscal de recorte neoliberal que para seu sucesso depende de impor graves sofrimentos aos trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias é de uma insensatez desumana.
A responsabilidade pelo caos é do governo estadual e não dos familiares de policiais e bombeiros militares que ousam lutar por melhores salários e condições de trabalho para seus maridos, esposas, filhos e filhas.
Por fim, o PCdoB conclama a sociedade e o parlamento capixaba a retomarem o debate sobre a desmilitarização da Polícia Militar, como o caminho mais sensato para democratizar e aperfeiçoar o papel desta tão necessária força de segurança estadual.
Secretariado Estadual do PCdoB/CE