"Se Trump fizer protecionismo agressivo, afetará parceiros comerciais"
Radicado em Xangai há um ano e meio, onde atua como vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), estabelecido pelos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o economista Paulo Nogueira Batista Jr. traz uma visão de fora e ampla sobre prováveis impactos do governo do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Publicado 26/01/2017 16:42
Para ele, 2017 será um ano de incerteza aguda e se o americano acelerar o protecionismo, o Brasil e o mundo poderão ser muito afetados. Nogueira Batista, que está em Florianópolis de férias, em visita a familiares, falou com o Diário Catarinense também sobre outros desafios da economia brasileira, Lava-Jato e a atuação do NBD.
Qual é a sua expectativa com o governo de Donald Trump?
Há muita incerteza sobre o que vai ocorrer quando Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos. Ele parece ser um político volátil, imprevisível, que até cultiva a imprevisibilidade. É importante tentar entender porque se elegeu uma pessoa com esse perfil. Muitos analistas têm comentado que a eleição de Trump não é um fenômeno isolado. Se relaciona com outros fenômenos recentes no mundo desenvolvido como a saída do Reino Unido da União Europeia, o crescimento de políticos nacionalistas de extrema direita no continente europeu e outros fatos semelhantes.
Na minha opinião, o que está acontecendo nos EUA e na Europa é uma crescente insegurança e rejeição do modelo de sociedade que a elite financeira e internacionalizada dos países desenvolvidos propõe para o resto da sociedade. Então, a chamada globalização, a livre entrada de imigrantes, a livre entrada de produtos importados, a livre entrada de investimentos estrangeiros, a operação das firmas americanas ou europeias fora dos seus países de origem, criando emprego não domesticamente, mas no exterior – tudo isso está gerando uma situação em que o povo americano e o povo europeu começaram a se perguntar: Quem nos representa? São esses políticos tradicionais que nos venderam a ideia do progresso via globalização, ou são os políticos que captam de alguma forma a nossa revolta? O Trump pegou essa onda, visivelmente. É o principal fenômeno nesse campo.
O senhor acredita que ele vai cumprir as promessas de campanha?
Eu acredito que ele não poderá fazer um estelionato eleitoral. Se ele fizer, vai se enfraquecer enormemente. Eu não digo, claro, que ele vai poder cumprir tudo o que prometeu na campanha – até porque ele disse tanta coisa e tanta coisa talvez não tão coerente. Mas ele vai atender, imagino, aqueles que o elegeram. O maior erro que um político eleito pode fazer é desconsiderar o que disse na campanha e os eleitores que o elegeram. Aqui no Brasil tivemos alguns exemplos disso nas últimas décadas. Alguns presidentes brasileiros depois de eleitos traíram seu compromissos eleitorais e nunca se recuperaram disso. O Trump pode ter defeitos, mas parece muito antenado com as circunstâncias sociais que o levaram a essa vitória inesperada. Não esquecer que ele derrotou 16 adversários republicanos nas primárias do partido. Depois venceu Hillary Clinton que tinha apoio maciço do establishment, inclusive da mídia americana. Fizeram esforço enorme para evitar a vitória de Trump. Usaram todos os argumentos possíveis e imagináveis. Ela teve mais votos que ele, mas ele venceu no colégio eleitoral, que é a regra do jogo. Não se pode adotar com relação a Trump simplesmente a atitude de condenar. É preciso entender porque um político tão fora do padrão normal conseguiu se eleger nos Estados Unidos, porque os ingleses, surpreendentemente, votaram pela saída da União Européia, uma decisão arriscada, e porque na França cresce a candidatura de Marine Le Pen. Tudo isso reflete a profunda insegurança que o mundo contemporâneo está trazendo para a grande massa da população. Você pode ser uma Meryl Streep, digamos. Ela é querida em toda a parte, é aceita em toda a parte. Faz discurso emocionado contra Trump, em cadeia nacional e com repercussão global, expressa bons sentimentos e recorre a todos os chavões da parcela da sociedade que se considera progressista, esclarecida. Parabéns, mas será que ela fala pelo americano que está perdendo seu emprego por causa das mudanças rápidas da tecnologia, da chamada globalização, do cidadão médio que tem o sentimento de que o governo americano não cuida dele? Quem representa muito mais o espírito americano hoje, muito mais do que um banqueiro de Wall Street ou do que uma celebridade de Hollywood, é um político populista, sim. Há um movimento na imprensa americana e internacional que pede, cinicamente, que ele não cumpra o que prometeu. Eu acredito que Trump vai preferir se ater aos seus compromissos de campanha, mesmo parcialmente. De novo: é verdade que ele disse muitas coisas que são difíceis até de conciliar, e a realidade sempre se impõe. Mas um governo que não adere em nada à campanha que o elegeu é um governo natimorto.
A economia americana vai crescer no governo dele?
A economia americana já está crescendo com Obama. Das principais economias desenvolvidas é a que melhor desempenho tem. E se algumas questões de campanha forem levadas adiante por Trump, como acredito que serão, é bem possível que a economia tenha uma aceleração no curto prazo. Ele está prometendo cortar impostos e ampliar investimentos em infraestrutura. Se fizer isso, vai dar um ¿boost¿na demanda agregada e, provavelmente, produzir aquecimento adicional numa economia que já está crescendo razoavelmente e apresenta taxa de desemprego aberto bem baixa.
Qual e o impacto disso para a economia brasileira?
No curto prazo, o aquecimento de uma economia tão importante como a americana traz benefícios, amplia os mercados de exportação, abre oportunidades para empresas brasileiras que exportam sobretudo para os EUA. O principal parceiro comercial do Brasil é a China há alguns anos, mas os EUA são o segundo. E como a economia dos EUA é muito grande, o seu crescimento aquece outros mercados brasileiros, ou seja, tem efeitos positivos indiretos. Por exemplo, se o México vender mais para os EUA, as exportações brasileiras ao México podem crescer em função disso. O mesmo pode ocorrer com o Canadá e diversos outros países. Os EUA ainda representam algo como 16% da economia mundial (adotando o critério de PIB medido por paridade de poder de compra). Então, o aquecimento dos EUA, a maior ou a segunda maior economia nacional do mundo (dependo da medida adotada, a maior é a da China), tem inevitavelmente uma grande influência. Agora, a confirmarem-se as previsões pessimistas de que o governo Trump não será estável, se a economia americana entrar numa fase de instabilidade provocada por desentendimentos persistentes entre Trump e forças do establishment americano, todo mundo sofrerá, inclusive o Brasil. É um risco não só para os EUA mas para a economia mundial, apesar do cenário favorável de curto prazo em função do estímulo de demanda que Trump aparentemente vai promover.E o que pode acontecer com o dólar aqui?Isso depende de muitos fatores, não só de Trump. Acredito que no caso de um cenário de turbulência grande do governo americano, a tendência é de enfraquecimento da moeda brasileira porque o Brasil já está numa situação bastante vulnerável há alguns anos. O interesse maior de uma economia vulnerável é que os choques no exterior sejam positivos. Nossa vulnerabilidade não vai se reduzir no curto prazo, e o nosso interesse é que os EUA, Europa e China não façam marola porque o nosso barco está meio adernado.
Que fatores o Brasil precisa considerar para o desempenho da economia este ano?
Como economista, analisando os riscos a que a economia brasileira está sujeita, eu diria que há alguns fatores imponderáveis. Número 1: haverá recrudescimento da crise política nacional ou certa tranquilização? Número 2: Trump se estabiliza como presidente eleito ou enfrenta grande turbulência? Número 3: como vai acontecer o Brexit e como será o processo eleitoral em países-chaves na Europa? Número 4: a China corre o risco de uma crise mais grave? Eu moro lá, sou economista e tento entender, mas o quadro não é nada claro.Se Trump fizer um protecionismo agressivo, pode afetar vários parceiros comerciais, inclusive a China que está num momento delicado e tenderia a responder. Então, o cenário de horror que alguns economistas mencionam seria semelhante ao dos anos 30 do século XX, com os americanos iniciando movimento protecionista e desencadeando reações protecionistas de diversos países. Isso contribuiu para a Grande Depressão da década de 1930. Em suma, o momento é de muita fragilidade. Em 2017, teremos um ano de incerteza aguda, de incerteza Knightiana (em alusão ao economista Frank Knight, que diferenciou incerteza e risco). Todos temem a evolução política americana e européia e estão de olho na China para ver como os chineses vão resolver seus problemas. Para entender as perspectivas brasileiras, além de acompanhar com atenção a economia nacional, é preciso focar a atenção essencialmente nas três grandes economias do mundo: a da China, que responde por cerca 17% da economia mundial, a dos EUA que responde por 16%, e a da União Europeia responsável por outros 17% do total. Em números redondos, EUA, China e Europa respondem por cerca de 50% do PIB do planeta, considerado pelo critério de paridade de poder de compra. O Brasil responde por 3%. E o desempenho dos outros 47% é muito condicionado pelo que acontece nas três principais economias.
Como avalia a economia brasileira hoje?
A herança de 2017 é muito pesada. O principal desafio para o governo no curto prazo é estabilizar a atividade econômica, colocar um chão no nível de atividade e estancar a subida da taxa de desemprego. O BC baixou o juro em 0,75 ponto percentual na última reunião do Copom, está correndo atrás do prejuízo. A inflação e as expectativas de inflação estão cedendo, mas o nível de atividade não se estabilizou, continua caindo. O problema, claro, não está só na elevada taxa básica de juros. Está também na oferta do crédito, na situação das empresas e no desemprego que bateu recorde na série estatisticamente conhecida.O que vê de positivo?Há aspectos positivos em meio à crise. Um deles é a recuperação do balanço de pagamento em conta corrente, outro é a queda da inflação que permite ao Banco Central acelerar a redução da taxa de juros.Não sou da partidário da versão de que a nossa situação fiscal é uma catástrofe. Pode vir a ser, mas não é ainda.
Um esforço de ajustamento continuado é indispensável. E se os juros caírem mais, vai melhorar muito a situação fiscal. O canal direto de melhora é via diminuição do custo da dívida pública interna. O canal indireto é via nível de atividade, principalmente do lado da receita. As dificuldades fiscais, da União, de Estados, de municípios são, em grande parte, fruto da longa e profunda recessão. A elasticidade da receita em relação ao PIB é mais alta que 1. Quando as empresas estão com dificuldades, atrasam a arrecadação e recorrem a expedientes variados para evadir impostos. Prefiro não arriscar um número para o crescimento deste ano. Mas se o governo conseguir estabilizar a atividade no começo do ano e não houver novo surto de instabilidade política, pode ser que a economia cresça gradualmente ao longo do ano. Vai ser um ano muito difícil, mas não tão difícil quanto 2016. O ano passado foi muito peculiar, marcado pela crise do impeachment e pela divisão da sociedade brasileira. Isso desestabilizou a economia. Acredito que 2017 será melhor porque não imagino uma crise política tão grave quanto a de 2016.
Mas há um processo no STF sobre a cassação da chapa Dilma-Temer.
É um risco que existe, algo que leve à remoção do presidente. Eu só imaginaria um 2017 pior do que 2016 se a crise política continuasse aguda.Economia mundial Quanto à economia mundial, quais são as expectativas para este ano?A economia mundial está numa fase não muito boa há algum tempo. Houve aquela crise de 2008 e 2009 nos países do Atlântico Norte da qual o mundo ainda não se recuperou inteiramente. Na Europa, a recuperação é débil, no Japão também. Nos EUA é um pouco melhor. O Obama está entregando a Trump uma economia melhor que a européia e a japonesa. Não é uma maravilha, mas o nível de atividade se recuperou e as taxas de desemprego nos EUA caíram muito nos últimos anos.Como estão as outras regiões do mundo?A África, assim como o Brasil, sofreu muito com a queda dos preços das commodities nos anos recentes. Por exemplo, a Nigéria, maior economia da África subsaariana, está com muitas dificuldades. A África do Sul também. A América Latina, de um modo geral não está bem, particularmente o Brasil, o caso mais problemático por se tratar da maior economia latino-americana. Durante algum tempo, a América Latina surfou duas ondas: a das commodities em alta e a dos juros internacionais em baixa. O boom de commodities se inverteu e a liquidez internacional está se retraindo gradualmente. Com Trump anunciando estímulo fiscal importante numa economia levemente aquecida, o Federal Reserve (Fed) já está começando a elevar a taxa de juros, o que afeta a conta de capitais da América Latina. No outro lado do mundo, na Ásia, a Índia é o país que tem o melhor desempenho entre os de maior peso, inclusive o melhor desempenho dos BRICS. A Rússia está numa crise grave, quase tão grave quanto a brasileira em função das sanções e queda do preço do petróleo. E na China, a fase áurea da economia parece ter passado. Ela vem enfrentando uma desaceleração de crescimento, problemas financeiros aqui e ali. Em suma, quem se sobressai nas economias em desenvolvimento é a Índia, e no mundo desenvolvido, os EUA, porém com um grande ponto de interrogação, principalmente sobre o médio prazo.
O que gera mais incerteza?
Como mencionei, uma das dúvidas principais é o relacionamento do presidente americano com o establishment do país. As elites americanas se desenraizaram do seu país, flutuam em esferas independentes da vida e do destino da grande massa americana, inclusive da classe média. São elites que não lideram. Esse desenraizamento é que desembocou na eleição de Trump. Processos semelhantes ocorrem na Grã-Bretanha e na Europa continental.Como fica o Brasil nesse quadro?O Brasil não está fora disso, está nesse mundo conturbado. O país tem que pensar com a própria cabeça. Eu me preocupo muito com o Brasil. O nosso país está desarmado, não só militarmente, mas também intelectualmente. Com a polarização política dos últimos anos, corre o risco de perder o rumo. E no mundo como está hoje, ser vulnerável é altamente perigoso. O Brasil não sofre ameaça militar a curto e médio prazos, mas não vamos esquecer que somos detentores de recursos extremamente importantes que serão cada vez mais escassos. Eu me refiro à Amazônia, à água, às reservas de recursos minerais, ao território brasileiro. Corremos risco se não tivermos um plano estratégico de defesa do interesse nacional, inclusive no campo militar.
O senhor acha que a Operação Lava-Jato revelou práticas que tiraram a credibilidade dos políticos e que precisaríamos uma nova geração de homens públicos?
A Lava-Jato é um processo doloroso, muito problemático, mas que tem um lado positivo, amplamente reconhecido no exterior. Está indo a fundo, fazendo o que muita gente pedia há décadas:pegando não só corruptos, mas também corruptores, grandes empresários e até banqueiros. A corrupção no Brasil é um problema sistêmico. É isso que a Lava Jato está escancarando. Se quisermos resolver, temos que ir na raiz do problema. Quantos escândalos de corrupção já tivemos nas últimas décadas? A grande reforma é a reforma do sistema político. Chegaremos no ponto em que prevalecerá a proposta de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma política? Talvez uma assembléia integrada por pessoas que ficariam impossibilitadas de se candidatar para cargos eletivos por algum tempo? Uma das chaves do problema, como se sabe há muito tempo, está no financiamento das campanhas. Elas são caríssimas, ninguém consegue ser candidato majoritário sem muito dinheiro. Isso não vem de graça. Daí derivam a corrupção, o favoritismo, o desvio de recursos, o mau uso do dinheiro público.
Quais são os riscos da Lava-Jato?
Eu vejo dois riscos. Um é que na ânsia de ¿salvar a pátria¿ os procuradores e juízes não se atenham ao que está na lei e atropelem garantias básicas. Isso tem ocorrido. As investigações e os processos precisariam ser isentos, imparciais. A lei prevê presunção da inocência e sigilo das informações de processos em curso. Informações obtidas ilicitamente não podem ser consideradas. O juiz só fala nos autos e assim por diante. Outro aspecto que poucos discutem é que no afã de punir corruptos e corruptores, não se pode destruir companhias brasileiras. A menos que me digam que uma empresa como a Odebrech precisa acabar. O processo judicial brasileiro teria que proteger a empresa sem proteger os corruptos e corruptores. É possível isso? Se não for, vamos perder uma empresa de enorme peso, dentro e fora do Brasil.Ou alguém imagina que os concorrentes do exterior não estão ocupando, ou se preparando para ocupar, o espaço de uma grande empresa brasileira que está saindo do páreo, talvez definitivamente? A Petrobras teve falhas imensas de controle, mas é uma empresa extraordinária do ponto de vista tecnológico. Então vamos recuperar essa empresa e protegê-la da corrupção. Há outras empresas brasileiras em situação semelhante.
O senhor é vice-presidente no Novo Banco de Desenvolvimento, mais conhecido como banco dos BRICS. Como a instituição trabalha?
O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) foi estabelecido pelos BRICS e tem sede em Xangai. Começou operações em julho de 2015, foi quando me mudei para lá. Está numa fase inicial, com um ano e meio de trabalho. É pouco tempo, mas várias coisas importantes aconteceram. O banco já aprovou sete empréstimos, num total de US$ 1,6 bilhão, já emitiu seu primeiro bônus no mercado chinês em renminbi (a moeda chinesa). Ele está se caracterizando como um banco essencialmente verde porque quase todos os empréstimos aprovados até agora são na área de energia renovável. E o bônus que emitimos é um bônus verde, cujos recursos só podem ser utilizados em projetos definidos como verdes de acordo com critérios internacionais. O NBD tem mandato para financiar infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países emergentes e em desenvolvimento que sejam membros do banco. Por enquanto são cinco países membros. Teremos outros ao longo do tempo. O objetivo é criar um banco global, que tenha membros em todas as partes do mundo. É um projeto ambicioso. O tempo dirá se seremos bem-sucedidos.
Qual foi a primeira operação com o Brasil?
Foi com o BNDES. É um empréstimo em dois passos. Nós emprestamos ao BNDES US$ 300 milhões, que serão repassados a um conjunto de projetos com características gerais pré-estabelecidas, primordialmente em energia eólica e solar. Foi aprovado no ano passado e o contrato está sendo detalhado e finalizado para ser assinado em breve, talvez em abril.
O Brasil é um dos fundadores do NBD. Como é essa participação?
Todos os sócios fundadores entram com 20% do capital. Recebemos a primeira parcela do pagamento em janeiro de 2016 e a segunda agora em janeiro de 2017. A Rússia, China e África do Sul anteciparam o pagamento da segunda parcela do capital. O Brasil e a Índia pagaram no prazo. A Rússia antecipou também o pagamento da terceira. Os recursos orçamentários serão alavancados através de captação de mercado para que a capacidade de emprestar seja um múltiplo do capital. Estamos operando dentro do modelo clássico de banco multilateral de desenvolvimento, inaugurado pelo Banco Mundial logo após a Segunda Guerra Mundial. Ainda que com falhas ao longo das décadas, é um modelo bem-sucedido em linhas gerais:com pouco capital os países conseguem alavancar um volume muito maior de operações e ajudar no desenvolvimento das economias.