Fiscais fazem ato por prisão de condenados pela Chacina de Unaí
Auditores-fiscais do trabalho fizeram manifestação na manhã desta quarta-feira (25), em frente ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, para cobrar a prisão dos condenados pela chamada chacina de Unaí (MG), ocorrida em 28 de janeiro de 2004, quando quatro servidores do Ministério do Trabalho foram assassinados a tiros.
Publicado 25/01/2017 15:44
Os julgamentos ocorreram em outubro e novembro de 2015, mais de 11 anos depois dos crimes e os mandantes do crime, que foram condenados à prisão, estão em liberdade porque recorreram da decisão judicial.
Entre os condenados, está o ex-prefeito de Unaí Antério Mânica, que teve pena de 100 anos de prisão – descontado o período em que ficou detido, o tempo caiu para 99 anos, 11 meses e quatro dias. Por ser réu primário, ele pôde recorrer em liberdade, assim como outros condenados, incluindo o fazendeiro Norberto Mânica, irmão de Antério.
"Passaram-se treze anos. Os mandantes já foram condenados, mas estão em liberdade. Não podemos deixar que a impunidade se perpetue em um caso que representou uma afronta ao Estado brasileiro, tirando a vida de quatro servidores durante o exercício da função", diz o presidente do Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais), Carlos Silva.
À tarde, o sindicato fez manifestação no saguão do edifício-sede do Ministério do Trabalho, pelo Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho e pelo Dia e Semana do Combate ao Trabalho Escravo. Essas datas foram criadas em homenagem aos servidores assassinados em Unaí – três fiscais e um motorista do ministério.
A chacina vitimou os três Auditores-Fiscais do Trabalho – Erastóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva – e o motorista do Ministério do Trabalho, Ailton Pereira de Oliveira.
Os assassinos
Em agosto de 2013, os executores do crime – Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e William Gomes de Miranda foram condenados por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. Erinaldo ainda foi condenado pelo crime de receptação de um veículo roubado, usado na execução do crime.
Os três cumprem pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.