Assembleia dos Povos em Resistência debate agenda de lutas para 2017
O terceiro dia do Fórum Social das Resistências foi marcado pela Assembleia dos Povos em Resistência, que aconteceu no auditório Araújo Vianna, na tarde de quinta-feira (19), resultado de treze plenárias que aconteceram pela manhã e abrangeram temas como educação, meio ambiente, comunicação, moradia, economia solidária, entre outros.
Publicado 21/01/2017 10:27
A atividade tinha como objetivo apresentar as reflexões feitas nas plenárias, que foram orientadas por três perguntas: contra o que e contra quem nós resistimos; quais os valores que nossa luta/causa oferecem para um outro mundo possível e; qual a agenda que propomos para para 2017.
O economista Paul Singer, 84 anos, apesar da saúde debilitada, esteve no painel Velhos e Novos Sistemas de Resistência Econômica, que antecedeu a assembleia. Segundo o austríaco naturalizado brasileiro, a economia solidária é uma opção ao capitalismo e que “os trabalhadores organizados em cooperativas podem mudar a economia do país”. Singer terminou sua rápida participação no Fórum das Resistências dizendo: “não percam o ânimo, pois vamos ganhar esta batalha”. Olívio Dutra, que estava na plateia durante a apresentação, subiu ao palco para dizer que, perguntado pelo ex-presidente Lula sobre quem deveria chamar para o Ministério da Fazenda em seu primeiro mandato, indicou Singer. E completou: “perdemos uma bela ocasião”.
Na parte da tarde, a Assembleia dos Povos recebeu os representantes das treze plenárias realizadas pela manhã. Além de questões específicas de cada tema, como o desmonte da EBC, pela plenária de comunicação, o projeto Escola Sem Partido, pela da educação, as críticas se concentraram no levante do extremismo de direita, a ofensiva neoliberal e contra a retirada de direitos sociais e trabalhistas. Segundo Mauri Cruz, presidente da ABONG e integrante do comitê organizador do Fórum Social das Resistências, “existem muitos pontos em comum levantados pelas plenárias”. Esses pontos serão discutidos novamente nesta sexta, ao meio-dia, em reunião com os representantes das plenárias, na sede do SindBancários. A partir dessa reunião, será elaborado um relatório das causas e a agenda de lutas propostas pelo Fórum das Resistências, que será apresentado no dia 21, no encerramento do evento.
Mais tarde, às 18h, foi lançado o livro “Governar na Crise – Um Olhar sobre o Governo Tarso Genro”, do jornalista e escritor Marco Weissheimer, seguido do debate Cinema e Culturas de Resistência, com os cineastas Sílvio Tendler, Tata Amaral, Eliane Caffé e Joel Zito. Ambas as atividades aconteceram na sede do SindBancários.
Festival das Culturas de Resistência apoia assentamento 20 de Novembro
Como parte do Festival das Culturas de Resistência, aconteceu na noite de quinta uma festa no Assentamento 20 de Novembro, prédio ocupado há dez anos por famílias ligadas ao Movimento Nacional de Luta por Moradia. A festa contou com a participação dos blocos da Laje e Não Mexe Comigo Que Eu Não Ando Só, primeiro bloco de carnaval feminista de Porto Alegre, além do Roda de Circo, Nique Love DJ e integrantes do Instituto Parrehsia. O Assentamento 20 de Novembro é uma das três ocupações que receberam participantes do fórum em iniciativa de hospedagem solidária.
O quarto dia de Fórum Social das Resistências será marcado por ampla lista de atividades autogestionadas. Confira a programação completa aqui.