Por defender a moradia de 700 famílias, Boulos é preso em SP
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi preso na manhã dessa terça-feira (17) ao tentar abrir diálogo com policiais militares sobre o despejo de 700 famílias que moram na ocupação Colonial, bairro de São Mateus, localizado na zona leste da capital paulista. No total, 3.000 mil pessoas na maioria idosos e crianças, estão sem teto a partir de hoje e optaram pela resistência.
Publicado 17/01/2017 10:38
A ocupação começou a ganhar força já na madrugada e barricadas foram armadas nas vias, tentando conter o avanço dos policiais no local. O líder do MTST comparou a ação desta terça-feira com a ocorrida em Pinheirinho em 2012.
Segundo informações do Mídia Ninja, a tropa de choque alega desobediência e arbitrariamente cita a participação do mesmo em atos contra o Governo Temer como justificativa para detenção e diz ter horas de gravações dele em outras manifestações, mostrando clara perseguição política aos movimentos sociais.
Confira a nota emitida pelo MTST sobre a prisão arbitrária de Boulos:
"O companheiro Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST, que estava acompanhando a reintegração de posse da ocupação Colonial, visando garantir uma desfecho favorável para as mais de 3000 pessoas da ocupação, acaba de ser preso pela PM de São Paulo sob a acusação de desobediência civil.
Um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito.
Neste momento, o companheiro Guilherme está detido no 49ª DP de São Mateus.
Não aceitaremos calados que além de massacrem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda querem prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajuda-los.
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto"
Os policiais deram sequência ao despejo e milhares de famílias não sabem para onde ir. Assista ao vídeo da Ponte Jornalismo: