Daniel Ortega assume presidência da Nicarágua para os próximos 5 anos
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, assume nesta terça-feira (10) um novo mandato no mais alto cargo da república da Nicarágua para os próximos 5 anos. Em novembro passado ele e a esposa, Rosario Murillo, foram eleitos pela quarta vez ao posto com 72,5% dos votos.
Publicado 10/01/2017 12:55

Durante a posse, Ortega se disse satisfeito com o caminho de seu país e com os avanços obtidos nos últimos 10 anos, desde que assumiu a presidência pela segunda vez.
“Estamos satisfeitos porque esta é uma jornada eleitoral que conseguiu fechar sua fase de votação. Apesar dos obstáculos que intentaram colocar no processo eleitoral, prevaleceu a vontade e a decisão do povo”, afirmou o presidente.
Chefes de Estado e representantes de partidos de esquerda de diversos países latino-americanos compareceram à Nicarágua para participar da cerimônia de posse, realizada na Praça da Revolução, onde tradicionalmente os nicaraguenses comemoram o triunfo da Revolução Sandinista.
O porta-voz do Partido Comunista da Colômbia, Ándres Álvarez, ressaltou a “profunda vocação pacifista” de Daniel Ortega e sua capacidade de liderança regional que ao longo dos últimos anos contribuiu para o avanço dos diálogos de paz entre as Farc e o governo colombiano.
“Acreditamos que é muito importante o apoio do comandante Ortega e da Revolução Nicaraguense ao processo de paz da Colômbia e acreditamos também que há muitas experiências que podemos aprender para seguir transformando a América Latina e nosso país”, afirmou o dirigente comunista.
Revolução na Nicarágua
O dirigente sandinista Daniel Ortega foi eleito com mais de 70% dos votos, e este resultado é facilmente justificado ao analisar os avanços conquistados em seu país na última década. Ao assumir a presidência, dez anos atrás, Ortega encontrou um país devastado por uma crise política e econômica que assolava todos os setores sociais.
Em poucos anos conseguiu restabelecer a economia e impulsionar políticas públicas de inclusão social. Em 2009 a Nicarágua foi declarada pela Unesco um Território Livre de Analfabetismo, mas ainda assim, um dos avanços mais notáveis do governo de Ortega foi a redução da pobreza e o crescimento econômico.
Segundo a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina) a Nicarágua é o segundo país do continente que mais obteve êxitos no combate à pobreza e distribuição de renda. Em março de 2016 o FMI comprovou os acertos da revolução sandinista ao reconhecer o "êxito da Nicarágua ao manter uma macroeconomia estável e de crescimento”.
Quanto à questão de gênero, o Fórum Econômico Mundial afimrou que a Nicarágua está entre os 10 países com maior igualdade. O país se destaca junto a nações escandinavas como Islândia, Finlândia ou Noruega no combate à desigualdade entre os sexos.
Os altos níveis de crescimento em todas as áreas são possíveis graças ao empenho de Ortega em manter o diálogo entre trabalhadores, empresários e governos locais, o incremento dos investimentos e as reservas internacionais são alguns dos fatores que permitiram manter o dinamismo da economia.
Diante deste quadro de desenvolvimento nacional acelerado, os nicaraguenses bateram recorde de participação eleitoral em 2016 e reelegeram Ortega pela terceira vez consecutiva com mais de 70% dos votos.
Nos anos 70, Ortega foi um dos principais líderes da Frente Sandinista de Libertação Nacional na luta contra a ditadura de Anastasio Somoza. Vitoriosos, os revolucionários permaneceram no poder por pouco mais de uma década, até 1990. Em 2006 o presidente foi eleito novamente, seu novo mandato termina em 2021.