Wang Yi: Retrospectiva da diplomacia chinesa no ano de 2016
Nas vésperas do ano novo, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fez uma retrospectiva da diplomacia do país de 2016 e revelou as prospeções do próximo ano, em uma entrevista exclusiva ao Diário do Povo.
Publicado 30/12/2016 12:46
Segundo Wang, por entre agitações e mudanças, termos que definem a situação internacional de 2016, a China salvaguardou os interesses nacionais e consolidou os seus passos nas complexidades mundiais e governança global, aproximando-se do centro do cenário mundial e se tornando um estabilizador dos tumultos.
A China apresentou o seu próprio plano sobre a governança global e promoveu um sistema político e econômico internacional mais justo e sensato, afirmou o ministro.
Em setembro, o presidente Xi Jinping presidiu com sucesso a cúpula do G20, na cidade de Hangzhou, impulsionando a transformação do mecanismo de governança, a fim de responder às crises contemporâneas. Na cúpula, os países participantes registraram ainda uma série de resultados frutíferos.
Na cúpula do APEC realizada em novembro em Lima, no Chile, o presidente Xi expressou a voz chinesa na oposição ao protecionismo, promovendo a globalização econômica em busca de beneficência e inclusão.
Além disso, o líder apresentou o plano chinês sobre o estabelecimento da zona de livre comércio Ásia-Pacífico.
“As relações políticas entre a China e outros países se tornaram mais sólidas, com o aprofundamento da cooperação pragmática e a ampliação do ‘circuito dos amigos’ da China”, afirmou Wang Yi.
No decorrer do último ano, as relações entre o país e outras potências também obtiveram avanços.
Os presidentes Xi e Obama realizaram uma “longa conversa no Lago Oeste”, durante a cúpula do G20 em Hangzhou, trocando opiniões em questões estratégicas a fim de aumentar a confiança mútua.
Após as eleições gerais dos EUA, Xi Jinping telefonou para o presidente eleito Donald Trump, tendo ambos manifestado vontade de melhorar as relações bilaterais.
Naturalmente, os laços sino-americanos podem encarar novas complexidades e incertezas no futuro.
Os dois países só realizarão cooperações estáveis e duradouras com o respeito mútuo e cuidados com os interesses essenciais, “essa é uma tendência histórica e a direção correta da cooperação sino-norte-americana”, apontou Wang.
Os chefes de Estado da China e da Rússia realizaram cinco encontros nesse ano, promovendo a um novo patamar a parceria estratégica de coordenação integral.
Quanto às relações com os países vizinhos, o presidente filipino Rodrigo Duterte, contrariamente à atitude hostil do seu antecessor, escolheu a China como o seu primeiro destino de visita fora da ASEAN.
O aprimoramento dos laços sino-filipinos dissipou a nuvem que cobriu os dois países durante longos anos, eliminando os obstáculos a fim de aprofundar a cooperação entre a China e a ASEAN.
“Salvaguardar a soberania nacional, segurança e o desenvolvimento é a missão da diplomacia”, expressou o chanceler, acrescentando que a China realizou um contra-ataque no caso da arbitragem sobre o Mar do Sul da China iniciado pelo ex-governo das Filipinas, tendo promovido para uma resolução pacífica da questão, através do diálogo entre os países envolvidos.
A China avançou ainda na criação e construção dos projetos da inciativa “Um Cinturão e Uma Rota” com os países relevantes, assinalou.
No que diz respeito aos trabalhos do ano vindouro, Wang Yi relembrou que a diplomacia chinesa tem quatro tarefas principais: criar um bom ambiente externo para garantir a realização do 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China; organizar a cúpula de cooperação sobre a iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota” e a 9ª cúpula do BRICS; continuar a promover o melhoramento das relações com os Estados Unidos e reforçar as relações com outros países; e proteger os interesses dos cidadãos e instituições da China nos países estrangeiros.
Wang Yi concluiu que a diplomacia chinesa irá contribuir para a realização do Sonho Chinês em relação à revitalização nacional.