Durante CPI da merenda, policiais agridem e prendem estudante
Os estudantes secundaristas que acompanhavam a sessão da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foram surpreendidos na manhã desta terça-feira (13) pela truculência de praxe da Polícia Militar do governo Alckmin.
Publicado 13/12/2016 12:44
Os estudantes ligados à União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes) acompanhavam a sessão no Plenário da Alesp quando o presidente da comissão da CPI, Marcos Zerbini (PSDB), ordenou que os policiais retirassem todos os secundaristas do local, pois eles manifestavam-se contra o parecer da comissão, que não cita nenhum parlamentar e conclui que não houve prejuízos aos cofres públicos.
Foi então que a onda de agressões se desencadeou. O presidente da Upes, Emerson Santos, que acompanhava a CPI, relatou as cenas de violência. “Enforcaram e agrediram os estudantes, até mesmo deputados que se colaram para ajudar. O diretor de Escolas Técnicas da Upes, Alerson de Mello, foi detido e levado para o 36º DP e já estamos com advogado, acompanhando todo o processo. Um estudante foi detido e o ladrão de merenda não”, denuncia o jovem.
CPI de cartas marcadas
Durante todo o processo da CPI que investigava o envolvimento de membros do PSDB com o esquema de superfaturamento na compra de merendas, estudantes e deputados denunciavam que o sistema construído na comissão parlamentar pelos tucanos, no qual possuem maioria, era de cartas marcadas.
O principal envolvido no caso, o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), prestou um depoimento vazio, sem qualquer exigência de provas, documentos e esclarecimentos sobre seu suposto envolvimento na máfia da merenda.
Conquista dos estudantes, a CPI da merenda foi instalada na Alesp logo após os secundaristas ocuparem, durante quatro dias, o plenário da casa.