"Esta proposta é totalmente descabida. Vai totalmente contra o trabalhador e não resolve o problema da Previdência. Impor uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria e aumentar o tempo de contribuição é condenar os trabalhadores a não se aposentarem", denunciou.
Em entrevista à Agência Sindical, Miguel Torres disse que o governo fez um jogo de cena ao chamar as Centrais ao Palácio do Planalto para apresentar um pacote pronto e não propostas para negociação. "Foi uma reunião pra nada. Oficialmente ele nem deu os detalhes do que ia fazer. Falou por cima a respeito da idade de 65 anos, tudo muito superficial", destaca.
O sindicalista lembra que o governo tem em mãos – mas não está levando em conta – propostas viáveis para equilibrar o caixa da Previdência e retomar o crescimento, que foram apresentadas pelo movimento sindical. Ele cita, como exemplo, o Programa de Renovação da Frota de Veículos.
"Eu cobrei do presidente Temer a respeito desse programa. O governo precisa ter, junto com a reforma, propostas de retomada do desenvolvimento e geração de emprego. Não é retirando direitos do trabalhador que a Previdência será salva", explica o dirigente.
Para Miguel Torres, a hora é de união e mobilização. "Vamos mobilizar os trabalhadores e pressionar deputados e senadores para que mudem o projeto" afirma.
Mobilização dos trabalhadores
Na quarta (7) o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes divulgou uma nota, condenando o projeto de reforma da Previdência.
"Mexer nas regras das aposentadorias especiais, reduzir o valor da pensão por morte e nos benefícios de prestação continuada, desvinculando-os do salário mínimo, igualar tempo de contribuição de homens e mulheres é muita injustiça", diz um trecho da nota.
No ABC paulista metalurgicos da Mercedes Benz e Volkswagen realizam protesto na Rodovia Anchieta na manhã desta sexta-feira (9). Na quinta-feira (8) as centrais de trabalhadores do país se reuniram no Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) para traçar estratégia contra a aprovação da PEC 287, que trata da reforma da Previdência.